A Embraer anunciou nesta quinta-feira (3) a demissão de 2,5 mil funcionários nas fábricas do Brasil. Elas estão acontecendo, segundo a empresa, pelos impactos da pandemia do novo coronavírus e pelo cancelamento da parceria com a Boeing. São 1,6 mil desligados por conta do Plano de Demissões Voluntárias (PDV) encerrado na última quarta (2), e 900 cortados por dispensa.

Não foi informado pela Embraer quantos foram desligados por unidade no Brasil. A empresa tem 16 mil funcionários em todo o país, sendo 10 mil apenas em São José dos Campos (SP). Em relação aos que entraram com pedido para o PDV, a partir desta sexta (4), os pedidos devem começar a ser efetivados.

A Embraer informou que os cortes foram feitos com o “objetivo de assegurar a sustentabilidade da empresa e sua capacidade de engenharia”. Outras medidas já haviam sido tomadas desde março, como férias coletivas e licenças remuneradas. O setor aéreo é um dos que mais têm sofrido os impactos.

Nos primeiros seis meses do ano, a Embraer registrou prejuízo de R$ 2,95 bilhões. No mesmo período, por exemplo, a perda havia sido de R$ 134 milhões. Apenas quatro aeronaves comerciais e 13 executivas foram entregues.

Este ano, estava previsto o acordo em que a Boeing compraria a divisão comercial da Embraer. Mas no fim de abril, com toda a crise, a empresa norte-americana cancelou a transação. Segundo a empresa brasileira, os custos de separação dos negócios relacionados com a parceria estratégica foram de R$ 96,8 milhões.