Economia


‘Não aumentamos o que acho que tem que ser aumentado’, diz Guedes sobre salário do presidente, ministros e Supremo


Publicado 09 de setembro de 2020 às 15:06     Por Redação AjuNews     Foto Marcos Corrêa/PR

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu um teto salarial maior para esses funcionários de carreiras do primeiro escalão do serviço público, deixados de fora da reforma administrativa. Atualmente, o valor máximo que um funcionário público pode receber por mês é de R$ 39.293,32.

“Não aumentamos ainda o que acho que tem que ser aumentado, que é o teto da carreira. Nós devíamos ser mais meritocráticos nisso. A presidência da República, o Supremo, é iminente que eles têm que receber muito mais do que recebem hoje. Pela responsabilidade do cargo, pelo peso das atribuições, pelo mérito em si para poder chegar numa posição dessa”, argumentou o ministro em debate virtual sobre a reforma administrativa nesta quarta-feira (9), promovido pelo IDP.

Para Guedes, a diferença salarial entre um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e alguém que entrou recentemente no judiciário é “ridiculamente baixa”. “Não pode haver dispersão tão baixa. É quase uma distribuição socialista”, criticou.

O ministro avaliou que houve uma disparada de salários no setor público nos últimos anos que não satisfez os requisitos da meritocracia. “Simplesmente contrataram 100 mil pessoas só no Ministério da Educação em 8 ou 10 anos nos governos Dilma e Lula, dando aumento generalizados. Estouraram os gastos públicos e não atingimos os requisitos de meritocracia e eficiência que queremos que seja referência”, disse.

Guedes ainda ressaltou que sua preocupação não é especificamente com o teto salarial, mas sim com a preservação da qualidade no serviço público. “Olho pro Bruno Dantas (ministro do TCU) em serviço público e ele poderia ganhar US$ 2 milhões, 3 milhões, 4 milhões por ano fácil. No futuro vai ser difícil convencer ele de ficar no serviço público porque ele vai receber várias propostas. […] Então, seguindo o caminho da prosperidade vai ser difícil reter gente de qualidade a não ser que o setor público também entre na lógica da meritocracia”, completou.

Para o ministro, a diferenciação de salários na administração pública é a dimensão mais fundamental da reestruturação do funcionalismo. “Tem que haver uma enorme diferenciação de salários na administração pública sim. Tem que haver valorização da meritocracia: esses direitos a estabilidade de emprego e progressão salarial tem que vir em cima da meritocracia. O jovem que entra no serviço público tem que ser avaliado”, defendeu.



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