Economia


Desemprego em alta e falta de incentivo preocupam jovens aracajuanos


Publicado 14 de setembro de 2020 às 09:00     Por Redação AjuNews     Foto Marcello Casal Júnior / Agência Brasil

A taxa de desemprego entre pessoas com até 30 anos está acima da média nacional, em Aracaju, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até maio deste ano. O índice foi de 27,1%, bem acima da média geral, que registrou 12,2% do país no período. Em números reais, isso é traduzido em 3,643 milhões de jovens fora do mercado formal no Brasil.

Os dados também expõem a diferença gritante quando se é percebido o recorte de raça e gênero. Entre os desempregados jovens, as mulheres somaram 14,5% do total, tendo 4,1 pontos acima da taxa dos homens. Além disso, pessoas pardas e pretas, respectivamente, representaram 14% e 15,2%. O IBGE apontou, ainda, que entre o público, os que não concluíram o ensino médio totalizaram 20,4%, enquanto 6,3% dos jovens desempregados têm ensino superior completo. E essa realidade não é muito diferente em Aracaju.

Dados da Junta Comercial de Sergipe (Jucese), referentes ao primeiro semestre deste ano, indicam o fechamento de 335 empresas na capital, deixando 5.600 aracajuanos desempregados. Essas questões trazem à tona uma situação preocupante, mas que já se tornou corriqueira na vida dos jovens brasileiros: a falta de oportunidade.

Leandra Lima é um exemplo disso. Estudante da Universidade Federal de Sergipe (UFS) destaca sua preocupação com o futuro e falta de apoio dos poderes públicos. Em como poderá contribuir socialmente com sua formação e, também, quais condições terá para sua manutenção financeira.

“Percebo que, apesar de nossa qualificação, atualmente não temos conseguido enxergar tantas oportunidades de emprego e isso preocupa muito os jovens. Vislumbrar um mercado de trabalho que aceite essa nova demanda de jovens que, assim como eu, estão se formando é angustiante. Além disso, também vejo exemplos dos que estão tentando empreender e é grande a falta de incentivo, de atenção. Precisamos de apoio, de orientação e de informação para pensar quais meios de sustento, porque esse é o grande desafio que vem depois da graduação”, pontua.

Assim como ela, Lincoln Souza também é estudante, ingressou na universidade através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), criado no Governo Lula, com o objetivo de oportunizar alunos que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a se inscreverem em instituições de Ensino Superior públicas. Ele explica que o programa serve como mecanismo de ascensão social e profissional, mas demonstra inquietude quanto às perspectivas futuras.

“Através dele, consigo perceber um futuro melhor. A universidade pública deve ser integrativa e inclusiva, e deve dar oportunidade a todo público que deseja e tem essa vontade, esse anseio, de fazer parte e contribuir com a ciência e a sua profissionalização, mas é preciso que, após essa importante passagem, tenhamos onde e como aplicar os conhecimentos adquiridos”, revela.

As declarações dos dois jovens alinham-se a algo notório em na sociedade: a necessidade de organização ampla e que tenha mecanismos colaboradores para o desenvolvimento coletivo.



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