Política


“Se tiver efeito colateral, não vão cobrar de mim”, diz Bolsonaro sobre vacina da covid-19


Publicado 03 de dezembro de 2020 às 11:00     Por Fernanda Sales     Foto Antonio Cruz / Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que não poderá ser cobrado se houver algum efeito colateral ou “um problema” com a vacina contra a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A declaração foi feita nesta quarta-feira (2), durante conversa com os apoiadores na sua chegada ao Palácio da Alvorada. O mandatário disse ainda que mostrará “todo o contrato” quando o país for comprar a vacina de uma empresa. As informações foram divulgadas pelo site Metrópoles.

“Vamos supor que em uma das cláusulas da vacina que eu vou comprar […], vamos dizer que lá no meio tá escrito o seguinte: ‘Nos desobrigamos de qualquer ressarcimento, de qualquer responsabilidade com possíveis efeitos colaterais imediatos ou futuros. E daí, vocês vão tomar a vacina?”, indagou o presidente aos apoiadores.

“Eu vou mostrar todo o contrato para vocês. Quem tomar, vai saber o que está tomando e as consequências. Se tiver um problema, um efeito colateral qualquer, já sabe que não vão cobrar de mim porque eu vou ser bem claro”, prosseguiu.

Vacinas e plano de imunização
Atualmente, quatro vacinas estão na terceira fase de testagem em humanos no Brasil. São elas: a vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, que tem 70% de eficácia, com uma variação de 62% a 90% de acordo com a dose aplicada; a CoronaVac, que ainda não tem taxa de eficácia divulgada; a vacina da Pfizer e BioNTech, com 95% de eficácia e mais de 94% eficaz em idosos acima de 65 anos, segundo dados preliminares da terceira fase; e a Janssen, que também não tem taxa de eficácia divulgada.

De acordo com a publicação, na terça (1), o Ministério da Saúde divulgou os primeiros pontos da estratégia “preliminar” para a vacinação da população. Segundo a pasta, o plano será dividido em quatro etapas: Na primeira fase, serão vacinados os trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.

Na segunda fase serão vacinadas pessoas de 60 a 74 anos. Na terceira fase, as pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares). Já a quarta fase incluem os professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.

Uso emergencial da vacina
Nesta quarta-feira (2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou que vai aceitar que empresas desenvolvedoras de vacinas contra a Covid-19 solicitem o “uso emergencial” no Brasil. De acordo com a agência, o uso emergencial será restrito a vacinas que já estão em testes no país e acrescentou que só será liberada para o público previamente definido e testado nos estudos.

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