Política


MPF deve investigar caso de Renan Bolsonaro por ter recebido serviços grátis de empresa contratada pelo governo


Publicado 10 de dezembro de 2020 às 18:04     Por Fernanda Souto     Foto Reprodução / Instagram

O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) solicitou apuração à Procuradoria da República do Distrito Federal sobre a suposta prática de crime de tráfico de influência e de lavagem de dinheiro por Jair Renan Bolsonaro, nesta quinta-feira (10). O filho 04 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é acusado de receber serviços de graça de uma empresa que presta serviços ao governo. A informação é do jornal Folha de São Paulo.

De acordo com o deputado, “trata-se de conduta extremamente grave, sobretudo porque a empresa de Renan Bolsonaro tem atuado abertamente para usar sua influência como filho do presidente da República para favorecer interesses privados junto ao governo federal”.

Ao jornal, o ex-presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Mauro Menezes, disse que o acordo feito entre a empresa de Jair Renan e a produtora é “um exemplo claro de violação à impessoalidade”. O filho do presidente foi beneficiado pela cobertura com fotos e vídeos, sem custo, de uma festa que ele deu no camarote 311 do estádio Mané Garrincha, em Brasília, para inaugurar sua empresa, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia. Somente neste ano, a produtora recebeu R$ 1,4 milhão do governo Bolsonaro.

De acordo com Menezes, que liderou o colegiado responsável por analisar e julgar os casos envolvendo os altos funcionários do Executivo,entre 2016 e 2018, o caso quebra princípios republicanos e de prevenção de conflitos de interesse entre público e privado.

“O artigo 37 da Constituição sobre a impessoalidade na administração pública traz uma série de diretrizes legais voltadas a impedir que o detentor do cargo público se aproveite direta ou indiretamente, sobretudo do ponto de vista econômico, do prestígio do poder e dos benefícios que o cargo pode trazer. Neste caso, há uma confusão muito clara do público e privado, sobretudo quando temos o universo familiar envolvido”, disse o advogado.



Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Leia os termos de uso