Saúde
Nova variante da covid-19, mais transmissível, é identificada em São Paulo
O laboratório de diagnóstico Dasa informou nesta quinta-feira (31) que foram encontrados dois casos da nova variante da covid-19 em São Paulo. De acordo com a empresa, essa é a mesma mutação que surgiu no Reino Unido e já foi detectada em pelo menos 17 países. A descoberta foi comunicada ao Instituto Adolfo Lutz e à Vigilância Sanitária.
De acordo com a Folha de São Paulo, a nova variante do Sars-CoV-2, potencialmente mais transmissível que a versão atual, se caracteriza por apresentar grande número de mutações, oito delas ocorrendo na proteína da espícula viral (spike).
Segundo o ECDC (European Centre for Disease Prevention and Control), estima-se que nova linhagem tenha uma transmissibilidade até 70% superior ao que se tem como parâmetros atualmente. Mas não há indícios de que ela seja mais letal.
As agências de saúde, especialistas e autoridades científicas do Reino Unido afirmam, porém, que tal linhagem não deve afetar a eficácia das vacinas que foram desenvolvidas contra a covid-19.
De acordo com a publicação, foram analisadas 400 amostras de RT-PCR de saliva, método que identifica três alvos distintos e não apenas o gene S, da proteína spike, e dentre elas, duas amostras apresentaram a linhagem B.1.1.7.
“A spike é a proteína que o vírus usa para se ligar à célula humana e, portanto, alterações nela podem tornar o vírus mais infeccioso. Os cientistas ingleses acreditam que seja essa a base de sua maior transmissibilidade”, explicou o virologista da Dasa, José Eduardo Levi.
A confirmação da cepa em dois pacientes foi feita por meio de sequenciamento genético realizado em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IMT-FMUSP).
“O sequenciamento confirmou que a nova cepa do vírus chegou ao Brasil, como estamos observando em outros países. Dado seu alto poder de transmissão esse resultado reforça a importância da quarentena, e de manter o isolamento de 10 dias, especialmente para quem estiver vindo ou acabado de chegar da Europa”, diz Ester Sabino, pesquisadora do IMT-FMUSP.
Além do sequenciamento, a Dasa está com outra pesquisa em andamento em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da USP. Trata-se do isolamento e cultivo dessa nova linhagem do vírus em meio de cultura, no laboratório, para gerar material que permita testar a eficiência dos testes de diagnósticos que só se baseiam em proteína S com esta variante.
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