Educação


‘Não há razão acadêmica para que a comunidade arrisque suas vidas’, diz diretora da ADUFS sobre aulas presenciais


Publicado 29 de janeiro de 2021 às 09:22     Por Eduardo Costa     Foto Divulgação/UFS

A diretora administrativa da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (ADUFS), Beatriz Tupinambá, criticou o possível retorno das aulas presenciais na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e afirmou que, em meio à situação atual da pandemia da covid-19, “não há razão acadêmica para que a comunidade arrisque suas vidas”. As declarações foram dadas em entrevista nesta sexta-feira (29) à rádio Rio FM.

Segundo ela, a situação da pandemia pouco mudou em relação a 2020: “A ADUFS fez uma assembleia geral, onde por unanimidade os professores se posicionaram contra as aulas presenciais. Ao mesmo tempo, em várias reuniões, departamentos estão se colocando contrários. Isso é feito porque, se nós pensarmos bem, qual a mudança que houve entre a situação de quando foi decretado o ensino remoto e agora? Só piorou”.

“Atualmente, temos notícias de 15 professores da UFS com covid-19, já tivemos mortes. São quatro professores intubados, outros que perderam familiares. Não há uma razão acadêmica para que toda a comunidade acadêmica arrisque suas vidas”, acrescentou Beatriz.

A diretora da ADUFS também destacou que a resolução do Ministério da Educação (MEC) falou no retorno das aulas presenciais em março, mas questionou alguns argumentos da entidade. Ela ainda lembrou da responsabilidade que a UFS possui perante à sociedade, e que os riscos estão expostos para todos na instituição.

“Primeiro, nós já retornamos as aulas, de forma remota. De todas as universidades federais, nenhuma retornou ao ensino presencial. A academia lida com a ciência. Não podemos fazer de conta que nada está acontecendo. Embora pessoas que deveriam estar dando exemplo agirem de forma totalmente contrária, não podemos nos adequar a isos. Temos uma responsabilidade perante à sociedade”, disse Beatriz.

“Como os estudantes, servidores e terceirizados se dirigem à UFS? A maioria em transporte público. E a nossa frota ainda está reduzida. Os ônibus ficam superlotados. Mesmo com condições ideais dentro da universidade, só o transporte já colocaria toda a comunidade em risco”, continuou.

Por fim, Beatriz Tupinambá encerrou sendo direta: “Podemos entrar no mundo da fantasia e falar que todos os protocolos serão seguidos, ou encarar a realidade e ajudar as pessoas”.

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