Saúde
Em quatro décadas, produção de insumos farmacêuticos teve queda de 50% no Brasil, diz associação
O Brasil produz apenas 5% dos insumos farmacêuticos consumidos no país. Em 1980, esse percentual era de 55%, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi). A atual baixa produção é notável com a dependência da China e da Índia para a fabricação da vacina contra a covid-19. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo, nesta sexta-feira (29).
De acordo com a Abiquifi, o cenário era bem diferente há 40 anos, quando o Brasil se aproximou da autossuficiência na fabricação de medicamentos. Segundo o presidente-executivo da associação, Norberto Prestes, até a década de 1980, o país produzia metade dos insumos consumidos, incluindo antibióticos, por uma questão de soberania nacional.
Porém, nos anos 1990, a indústria nacional sofreu com a abertura comercial, que, ao reduzir tarifas, barateou os importados na comparação com o produto brasileiro. Na época, medidas de proteção à produção interna de IFA (ingrediente farmacêutico ativo), utilizado na produção de vacinas, também foram extintas.
Atualmente, a China e a Índia são responsáveis por 74% da importação de IFA necessário para a fabricação da CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, e da Oxford/AstraZeneca, fabricada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O restante é importado, principalmente, de Alemanha, Itália, Estados Unidos e Suíça, segundo a associação do setor.
Leia os termos de uso