Política
Senador requisita depoimento de Bolsonaro na CPI Covid, mas plenário rejeita
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou à Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Covid um requerimento para convocação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A atitude provocou reação imediata da base do governo durante reunião desta quarta-feira (26) da comissão.
Um deles é o senador Marcos Rogério (DEM-RO) que classificou o pedido da presença do presidente como piada. “Vale para um e não vale para outro? A defesa ensandecida do presidente está lhe deixando cego. Basta falar em Jair Bolsonaro que o senhor fica tenso, com os nervos à flor da pele. Ele não pode me destratar dessa forma”, rebateu Randolfe. Para embasar seu pedido, Randolfe, que é vice-presidente da CPI, afirma que “a cada depoimento e a cada documento recebido, torna-se mais cristalino que o Presidente da República teve participação direta ou indireta nos graves fatos questionados por esta CPI”.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), interveio para acalmar os ânimos. “Nada aqui é piada, estamos tratando de 450 mil vidas que já se foram. Alguém é responsável ou corresponsável por isso, por favor”. Já Marcos afirmou que o pedido não passa de uma estratégia para impedir a convocação de governadores. “Esse requerimento do senador Randolfe é uma afronta total à separação dos poderes. Apenas por esse aspecto, estou sustentando sua inconstitucionalidade. E fiz essa provocação em razão de ser algo inaceitável, para não dizer outra palavra”.
No entanto, o que já foi encaminhado foi a convocação de nove governadores e do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, para prestarem explicações sobre suspeitas de desvio de recursos destinados ao combate do novo coronavírus em estados e capitais. São eles: Hélder Barbalho (PA-MDB), filho do suplente na comissão, o senador Jarde Barbalho (MDB), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Mauro Carlesse (PSL-TO), Carlos Moisés (PSL-SC); Antônio Garcia (PSL-RR), Coronel Marcos Rocha (PSL-RO) e Waldez Góes (PDT-AP) e Wellington Dias (PT-PI), que também é presidente do Consórcio Nordeste, e a vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reineh (PSL), além de Witzel.
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