Artigo
Países liderados por mulheres têm melhor resposta ao coronavírus
Temos recebido, diariamente, um vasto número de informações do mundo todo sobre o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Uma das informações me chamou muito a atenção: Alemanha, Dinamarca, Nova Zelândia, Islândia, Taiwan, Noruega e Finlândia apresentam níveis de fazer inveja a todos os demais países. O que esses países têm em comum: são liderados por mulheres.
Escolhi usar o termo “liderado” e não “governado” porque em tempos como os que vivemos, mais que governantes, precisamos de líderes. Liderar é dar o exemplo, é inspirar, é despertar a confiança da população. É entender a realidade a partir de diferentes perspectivas e, ao mesmo tempo, ter a capacidade de discernir e tomar decisões.
Temos que aprender com os erros, mas sobretudo com os acertos de outros países, estados e cidades. Angela Merkel, a chanceler da Alemanha, adotou uma postura completamente diferente da adotada pelo presidente norte-americano Donald Trump e do primeiro-ministro do Reino Unido de Boris Johnson. A população dos EUA e da Inglaterra sofrem as consequências.
Merkel entendeu muito rapidamente que precisava proteger a população alemã e determinou que os testes começassem a ser feitos desde o início. Não teve negação de problema, não teve diminuição da gravidade da situação, não teve raiva e briga com cientistas. Hoje, os números do país estão muito abaixo de seus vizinhos europeus e há sinais de que eles poderão começar a afrouxar as restrições em breve. Mais breve que os países que negaram, enraiveceram ou menosprezaram o vírus.
Já Tsai Ing-wen, líder do pequeno país asiático – e vizinho da China – Taiwan, ainda em janeiro, ao primeiro sinal de uma nova doença, introduziu 124 medidas para bloquear a disseminação. Isso permitiu que ela não recorresse a bloqueios que se tornaram comuns em outros lugares. Em abril, o seu país enviou 10 milhões de máscaras para os EUA e para a Europa. Ing-wen, segundo rede CNN, deu uma das melhores respostas do mundo à pandemia. Seu controle salvou vidas: apenas seis mortes ocorreram em seu país.
Jacinda Ardern, na Nova Zelândia, optou logo pelo confinamento de seus cidadãos e determinou o auto-isolamento às pessoas que entraram na Nova Zelândia. Eram, na época dessas decisões, apenas seis casos em todo o país. Logo em seguida, ela proibiu a entrada de estrangeiros na Nova Zelândia.
A Islândia, que tem como primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir, está oferecendo testes gratuitos de coronavírus a todos os seus cidadãos e se tornará um estudo de caso-chave nas verdadeiras taxas de disseminação e mortalidade do Covid-19.
Dinamarca, Finlândia e Noruega, para não deixar de citar todos os casos, tiveram, respectivamente, 260, 49 e 98 mortes pela covid-19. São vidas perdidas? Sim. E cada vida importa. Mas a capacidade de decisão das mulheres que estão liderando esses países salvou milhares de vidas. É em exemplos assim que devemos nos inspirar.
Estas mulheres mostram que a união da capacidade de gestão com a habilidade e a sensibilidade do cuidado geram resultados extremamente positivos.
*A delegada Danielle Garcia é Pré Candidata à Prefeitura Municipal de Aracaju. É Mestre em Direito Público, Cursou Inteligência Estratégica na Escola Superior de Guerra no Rio de Janeiro. É instrutora de cursos de Combate a Corrupção na Secretaria Nacional de Segurança Pública.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do AjuNews.
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