Artigo
Violência doméstica, uma triste realidade que a pandemia trouxe mais à tona
Diante dessa pandemia que estamos enfrentando, a quarentena e o isolamento social são medidas essenciais no combate ao vírus. Em razão disso, a permanência em casa se tornou intensa e houve um aumento expressivo da violência contra mulheres, principalmente no ambiente doméstico.
Com o isolamento social, vivemos um momento de grande tensão, enquanto para alguns o lar é o refúgio, para as mulheres vítimas de violência, o ambiente se torna perigoso e propício aos insultos, xingamentos e muitos conflitos, é quando surgem as agressões que podem terminar em casos de homicídio da mulher ou feminicídio.
A violência contra mulheres não é apenas física, ela também pode ser moral, psicológica, sexual e patrimonial.
Num ambiente de alto stress é potencializada.
Apesar do aumento significativo de denúncias, existe ainda um volume significativo de subnotificação. Algumas mulheres ainda têm medo e se sentem inseguras para fazer a denúncia, já outras possuem uma certa dificuldade de enxergar que estão vivendo uma relação abusiva muitas vezes por não conhecerem outra forma de relacionamento.
A permanência ao lado do agressor, reduz as chances das vítimas fazerem as denúncias. É preciso estar atento aos sinais. Os familiares e vizinhos podem desempenhar um papel fundamental ao perceberem algum comportamento estranho, ouvirem algum barulho suspeito ou até mesmo algum caso explícito . Nestes casos é importante que acione imediatamente o 190, para emergência policial, ou contate o 180 que é a Central de Atendimento à Mulher.
Para alertar sobre a necessidade de se combater a violência contra a mulher foi lançada a campanha #sinalvermelho, desenvolvida durante a pandemia, quando os casos de violência contra a mulher aumentaram em quase 50% por todo país.
Neste caso específico as farmácias podem exercer uma função essencial ao identificarem silenciosamente as vítimas através do sinal vermelho nas mãos. Ocorrendo, o 190 deve ser acionado imediatamente.
Importante ressaltar que as pessoas responsáveis por prestar essa solidariedade às vítimas, não configuram como testemunhas, serão apenas comunicantes.
Mulheres precisam parar de morrer e você pode ser a pessoa responsável pela redução dos números desta violência. Não nos calemos.
Denunciar salva vidas.
* Ativista Social, integrante do Movimento Atitude Sergipe, Feminista, Coordenadora Estadual da Juventude Mulher do Cidadania
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do AjuNews.
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