Saúde


Anvisa publica alerta de risco após confirmar caso de ‘superfungo’


Publicado 09 de dezembro de 2020 às 06:14     Por Agência Brasil     Foto Tânia Rêgo / Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta terça-feira (8) uma nota de alerta sobre o diagnóstico de um caso de infecção por Candida auris (C. auris) em território brasileiro.

Segundo informa o boletim, o diagnóstico ocorreu em um adulto internado no estado da Bahia e foi confirmado pelo Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

A Anvisa destaca que o fungo “representa uma grave ameaça à saúde global”, e que já havia emitido um alerta de risco anteriormente, em 2017. O alerta foi feito em função de relatos de surtos da doença causada pelo C. auris na América Latina comunicados pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Anvisa trabalha para revisar o comunicado de risco emitido anteriormente e informa que uma força-tarefa nacional já está organizada. “A Agência está trabalhando para contemplar a nova situação epidemiológica do país, a inclusão de outros laboratórios como referência para a rede nacional e as novas evidências científicas disponíveis. Recomendamos que os serviços de saúde e laboratórios de microbiologia estejam alertas às orientações”, registra a nota.

O médico infectologista da Diretoria da Vigilância Epidemiológica da Bahia, Antônio Bandeira, disse, em áudio enviado pela secretaria à imprensa, que ainda está sendo investigado se esse foi realmente o primeiro paciente com Candida auris ou se há mais pessoas infectadas com esse fungo.

“O que sabemos é que esse fungo foi isolado de um cateter de um paciente que estava internado, mas exatamente, saber se esse é o paciente número 1 ou se efetivamente há mais de um paciente, está sendo investigado ainda”, declarou.

Segundo o médico infectologista, medidas de higienização no hospital foram reforçadas, porque esse tipo de fungo pode ser transmitido por superfícies e entre pessoas. Porém, ainda não há evidência de que seja necessária interdição da unidade médica.

“Esse fungo tem uma característica diferente, porque a maior parte dos fungos não tem transmissão de pessoa a pessoa. A gente vê isso geralmente com bactérias multirresistentes. No entanto, esse fungo pode ser transmitido de pessoa a pessoa. Ou seja, pode ter a transmissão por contato. Além disso, pode ficar em superfícies e servirem de material intermediário para infecção”, disse.

O alerta de risco sobre o fungo C. auris emitido pela Anvisa está disponível para o público (veja aqui).



Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Leia os termos de uso