Demitido pela secretária Especial da Cultura, Regina Duarte, o maestro Dante Manovani, reconduzido à presidência da Fundação Nacional de Arte (Funarte), nesta terça-feira (5), disse que espera ser recebido pela atriz. “Espero que agora ela me receba. Vamos rezar para que me receba”.

Para a coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, nesta terça-feira (5), Montovani disse que nunca conseguiu falar com Duarte. “E tentei, tentei, tentei. Durante mais de um mês, procurei ela, pedi um encontro para explicar que minhas falas foram descontextualizadas. E nada. Fui impedido de entrar no Palácio do Planalto na posse dela e exonerado no mesmo dia”, diz o maestro.

Mantovani foi demitido, em março, após ter vídeo em que associa rock ao aborto, ao satanismo e às drogas ter viralizado. Na ocasião, o maestro afirmou que soviéticos se infiltraram na CIA (departamento de inteligência dos EUA) para distribuir drogas no festival de Woodstock, em 1969. O retorno ao posto na Funarte foi ordenado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem parido) e desfaz decisão de Duarte. O presidente, à época da nomeação da atriz para o cargo, garantiu à secretária carta branca em suas decisões.

O maestro diz que foi injustiçado no episódio do rock. “Eu fui tratado como louco, retardado, ideológico. Sou um técnico. A arte é técnica. Ninguém aprende a tocar um violino com ideologia. Naquela fala eu estava dando aula e expunha para os meus alunos o pensamento de outros autores, de três livros diferentes. Não é o que eu penso. Eu fazia uma reflexão histórica sobre o que outros autores falavam”, diz ele.

De volta à Funarte, o presidente afirma que a pretensão é retomar os projetos que já tinha preparado antes da exoneração. “Um deles é justamente um edital para apoiar bandas de rock. Vou retomar um programa nacional de apoio à ópera. Fiquei boquiaberto quando descobri que nunca foi feito algo parecido. Tínhamos conseguido R$ 38 milhões para investir em arte. Vamos seguir os projetos”, completa.

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