Brasil


Infectologistas preveem ‘bomba-relógio’ de casos de covid-19 por falta de restrições em festas de fim de ano


Publicado 06 de dezembro de 2020 às 09:23     Por Fernanda Souto     Foto Gabriel Monteiro/ Prefeitura do Rio de Janeiro

Infectologistas consultores da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) preveem uma “bomba-relógio” de casos da covid-19 após o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores resistirem às restrições nas festas de Natal e Ano Novo para conter a pandemia. A informação foi divulgada pelo portal Uol, neste domingo (6).

Ao portal, infectologistas afirmaram que a falta de sintonia entre as autoridades das gestões em nível federal, estadual e municipal acerca das restrições resultará em aumento de infecções e um janeiro complicado. No Brasil, 6,57 milhões de pessoas já testaram positivo para covid-19 e 176,6 mil morreram em decorrência da doença.

“Há diferentes posições entre estados, municípios e União. Tem governador que mandou cancelar evento, mas tem prefeito querendo fazer, enquanto o presidente trata a doença como ‘gripezinha’. A população fica sem saber a quem obedecer”, disse o infectologista Valdez Ramalho Madruga.

Em Aracaju, o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) cancelou as festas de Réveillon, que tradicionalmente acontecem na praia da Orla da Atalaia, Zona Sul da capital. O governo do Estado ainda não definiu se haverá cancelamento dos festejos.

Pelo país, o estado de São Paulo proibiu Réveillon em bar, restaurante e hotel e recomenda que as celebrações não reúnam mais do que dez pessoas. Em Belo Horizonte, a prefeitura proibiu o consumo de bebida alcoólica em bares, restaurantes e lanchonetes a partir do dia 7 de dezembro. Assim como São Paulo, Rio Grande do Sul suspendeu as festas de fim de ano.

Já para a infectologista Eliana Bicudo, “falta postura, uma liderança. Não vai dar certo se cada estado fizer do seu jeito” para quem “a segunda onda já chegou”. “Estou falando como médica que cuida de paciente com covid-19. Cheguei a ter calmaria em outubro e novembro, e agora um boom de novo, como em junho e julho. Precisamos centralizar as diretrizes para que os estados as cumpram”, afirmou.



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