Turismo


Governo pressiona por turismo em terras indígenas e coloca ‘jabuti’ em plano contra covid-19, diz coluna


Publicado 28 de setembro de 2020 às 11:40     Por Peu Moraes     Foto Marcelo Camargo / Agência Brasil

O governo do presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), colocou nos planos de combate ao novo coronavírus (covid-19) em aldeias enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, o que foi visto como “jabuti” por lideranças indígenas: a exploração do etnoturismo em suas terras. As informações foram publicadas pela coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, neste domingo (27).

De acordo com a publicação, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) pediu a exclusão do item, disse que o assunto não tem qualquer relação com a contenção da pandemia e que, aliás, fere as recomendações sanitárias. Em nova versão, o governo afirma que era um projeto para o pós-pandemia.

A Fiocruz e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva também disseram não ver sentido em discutir etnoturismo no atual contexto e ressaltaram, como a Apib, que a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho afirma que qualquer atividade turística em terras indígenas deve ser decidida pelas comunidades.

Na quinta-feira (17), o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antonio, gravou vídeo sobre o tema. “O turismo volta com muita força agora após a pandemia e o etnoturismo é uma das vertentes mais importantes do nosso Brasil, uma vocação que não pode ser desprezada. Precisamos potencializar cada vez mais”. No vídeo, ele aparece na companhia de Sandra Terena, então secretária de Igualdade Racial e mulher de Oswaldo Eustáquio, jornalista bolsonarista preso em junho no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos. Ela foi exonerada na segunda-feira (21).

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