Eleições


Hackers suspeitos de invasão ao TSE assumem autoria de 61 outros ataques


Publicado 25 de novembro de 2020 às 09:41     Por Fernanda Sales     Foto Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Um grupo hacker de Portugal, que assumiu publicamente o ataque ao sistema operacional do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em pleno processo de apuração dos votos do primeiro turno das eleições municipais deste ano, reivindicou ataques em mais 61 páginas com domínio brasileiro (“.br”). As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (24), pelo Estadão.

Autointitulada CyberTeam, a equipe de hackers contaria com a participação de cibercriminosos portugueses e brasileiros. A manifestação foi feita por meio de um arquivo localizado em uma página na internet onde invasores assumem, de forma anônima ou não, a autoria de invasões cibernéticas.

Com ação fundamentada em viés ideológico, segundo o jornal, o CyberTeam se apresenta como ativista contra governos e que não visa lucrar com os ataques. O grupo seria supostamente liderado por um hacker conhecido na comunidade como Zambrius. Ele, contudo, negou ter contado com a participação de terceiros nas invasões.

Além do TSE, também já foram vítimas dos ataques cibernéticos, o Ministério da Saúde, Superior Tribunal de Justiça (STJ), órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) e vários outros portais de órgãos públicos.

De acordo com a investigação da Polícia Federal, o ataque ao Tribunal Superior Eleitoral roubou não só dados antigos, com informações pessoais sobre servidores, ex-ministros e questões administrativas, como também conteúdos atuais, já do ano de 2020, provavelmente antes do dia 1º de setembro.

Dados expostos
Os dados foram expostos no último domingo (15), dia do primeiro turno das eleições municipais. Ainda no dia, o TSE afirmou que o ataque havia ocorrido, com certeza, antes de 23 de outubro deste ano, e expôs dados administrativos com informações pessoais sobre servidores. Contundo, apesar do furto ao Portal do Servidor do TSE ter sido em sua maioria de arquivos antigos, foi constatado pelas investigações que dados referentes ao ano de 2020 também foram vazados – porém, até o mês de setembro.

A PF destacou que o ataque foi feito a partir de Portugal e ainda há uma investigação para averiguar se houve uma ação coordenada para desacreditar o processo eleitoral.

Também no domingo, houve uma outra tentativa de ataque para derrubar o site do TSE, que não foi bem-sucedida. Esse ataque teve origem no Brasil, nos Estados Unidos e na Nova Zelândia.

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