Política


“Nota de nojo”, dizem netos de Luiz Gonzaga após uso de música do avô em live de Bolsonaro


Publicado 04 de julho de 2020 às 17:00     Por Roberta Cesar     Foto Reprodução / Instagram

Netos do cantor e compositor Luiz Gonzaga repudiaram a utilização de uma música do avô em uma live do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Nesta quinta-feira (2), durante a transmissão da live de Bolsonaro uma versão reformulada da música “Riacho do navio”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, foi tocada no acordeão por Gilson Machado Neto, presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). As informações foram publicadas pelo O Globo, neste sábado (4).

O uso da música tinha o objetivo de comemorar a inauguração do Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco, no Ceará. No entanto, a utilização de um dos sucessos de Luiz Gonzaga gerou uma reação negativa.

A letra original da canção “Riacho do navio” diz: “Riacho do Navio / corre pro Pajeú / O rio Pajeú vai despejar / no São Francisco / O rio São Francisco / vai bater no meio do mar”. Porém, na live do presidente a letra foi alterada e tinha o título “Riacho do navio que agora vai para o Ceará”. Com a alteração, os versos foram cantados assim: “Riacho do Navio / corre pro Pajeú / O rio Pajeú vai despejar / no São Francisco / O rio São Francisco / agora vai pro Ceará / Presidente Bolsonaro levou rio pro Ceará” .

Nesta sexta-feira (3), Amora Pêra, Daniel Gonzaga e Nanan Gonzaga, netos de Luiz Gonzaga e filhos do também cantor e compositor Gonzaguinha, publicaram uma nota de repúdio nas redes sociais.

“Diante da impotência e da impossibilidade de processo por propaganda indevida, por dupla apropriação, da canção de Luiz Gonzaga e Zé Dantas e do projeto do Rio São Francisco; nós, filhos de Luiz Gonzaga do Nascimento Jr, netos de Luiz Gonzaga, o Gonzagão, apresentamos uma NOTA DE NOJO diante deste governo mortal e suas lives. Governo que faz todos os gestos ao seu alcance para confundir e colocar em risco a população do Brasil, enquanto protege a si mesmo e aos seus”, destacou.

De acordo com a publicação, os netos ressaltaram que não autorizam a utilização da música do avô com objetivos políticos pelo governo federal. “Não estamos de acordo com o uso da canção ‘Riacho do Navio’, nem sua alteração, nem sua execução (com duplo sentido) pelo Senhor Gilson Machado Neto, presidente da Embratur, em transmissão ao vivo pelo Senhor Presidente”, frisaram.



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