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Estudante tem auxílio emergencial negado por ser ‘presidente da República’


Publicado 09 de maio de 2020 às 08:00     Por Dhenef Andrade     Foto Marcelo Camargo / Agência Brasil

Muitos brasileiros enfrentam problemas quanto a aprovação do auxilio emergencial de R$ 600, pagos pelo governo federal, mas o caso da universitária Adeyula Dias Barbosa Rodrigues, de 31 anos, chama atenção. Quando ela consultou o porquê da rejeição do pedido, verificou que na carteira de trabalho constava o cargo de presidente da República. As informações foram publicadas pelo colunista Vinícius Rangel, do site Uol, nesta sexta-feira (8).

Somado a isso, no documento digital, consta a informação de que Adeyula possi vínculo de trabalho em dois lugares, mesmo estando desempregada desde de agosto de 2019. Estudante de gestão em Recursos Humanos, ela mora em Vila Velha, na região metropolitana de Vitória, e sobrevive de ajuda da mãe e do companheiro.

“Desde o ano passado eu estou desempregada. Tenho dois filhos e sobrevivo hoje com ajuda do meu marido, que trabalha com o salário reduzido, e também da minha mãe. Eu fui atrás do benefício a que eu tenho direito e descubro esse erro que só está me prejudicando. Eu baixei o aplicativo e vi essa profissão”, disse.

Pelas redes sociais, a universitária publicou um vídeo em que explicou que o erro consta nos dados de quando ela trabalhava como cuidadora escolar para a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) do Espírito Santo. Até o momento não consta no documento o desligamento dela da função. “Está lá na carteira que eu ainda trabalho lá. Já não tenho mais essa função desde o ano passado”, disse.

Antes de trabalhar para o Estado, Adeyula atuou também na Prefeitura de Vila Velha, no cargo de secretária escolar, por dois anos, e mesmo assim não consta o desligamento dela na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). O sistema é um dos usados pelo Dataprev para conceder o auxílio aos brasileiros. A universitária usou as redes sociais para relatar do problema.

“Esse é um erro que está impactando muito a minha vida financeira. Com os órgãos fechados, eu consegui saber poucas informações. Até agora ninguém entrou em contato comigo para tentar me ajudar. Tenho um grupo no WhatsApp com mais de 140 pessoas que estão com o mesmo problema. Até quando nós que precisamos desse benefício vamos ser prejudicados por um erro do sistema?”, desabafou.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Educação do Espírito Santo informou que o cadastro não é feito na Carteira de Trabalho, e sim no sistema do próprio órgão e a opção ‘Presidente da República’ não consta no sistema da secretaria.

Mesmo o cadastro não tendo sido feito pela Sedu, a equipe se coloca à disposição da servidora para buscar a retificação junto ao Ministério do Trabalho dessa informação. É preciso que ela faça contato com o setor de Recursos Humanos da secretaria.”

Já a Prefeitura de Vila Velha disse que Adeyula informou que não há pendências quanto à Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) da ex-servidora, mas disse que o setor de Recursos Humanos está à disposição de Adeyula para esclarecer qualquer dúvida.



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