Brasil


Após dez anos de obras, Rio São Francisco sofre com alta poluição no trecho entre Sergipe e Alagoas


Publicado 14 de julho de 2020 às 11:44     Por Roberta Cesar     Foto Divulgação / Ministério da Integração Nacional

Após 10 anos do início das obras para transposição do Rio São Francisco, o trecho entre Sergipe e Alagoas é um dos maiores problemas para a revitalização do rio, pois recebe todo os dejetos que são despejados ao longo do seu percurso. Ao todo, 59 municípios ficam às margens do Velho Chico, e 16 destes estão entre Alagoas e Sergipe, onde está localizado o baixo São Francisco. As informações foram publicadas pelo Uol, nesta terça-feira (14).

De acordo com o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), dos 507 municípios que compõem a bacia do São Francisco, somente Lagoa da Prata, em Minas Gerais, tem 100% do esgoto tratado.

A situação é totalmente diferente em Piaçabuçu, em Alagoas, onde está localizada a foz do rio. Algumas análises da qualidade da água mostraram um índice maior que 8 NMP/ml de coliformes fecais (NMP significa “número mais provável”). Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), esse número deveria ser no máximo 1.

O pesquisador e professor Emerson Soares, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) explicou que o trecho é apenas uma parte de todo o trajeto. “Esse trecho representa apenas 5% da bacia. Mas parte dos dejetos que são retidos nas nove hidrelétricas que temos ao longo do rio é liberada quando tem o aumento de vazão. Os esgotos destas cidades rio acima se juntam com os do rio abaixo”.

De acordo com dados das análises, todas as cidades localizadas no baixo São Francisco tem problemas com altos níveis de coliformes fecais. “Mas quanto mais descemos, vemos que mais contaminado fica. No estuário do São Francisco temos vários problemas”, destacou o pesquisador.



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