Após o aumento do número de casos de covid-19 no Brasil, os diretores da Organização Mundial de Saúde (OMS) alertaram o país para agir rapidamente a fim de evitar a segunda onda da doença, que já se alastrou em outros países, durante entrevista coletiva, nesta sexta-feira (27).

Segundo o diretor de emergências da entidade, Michael Ryan, no caso do Brasil, o sistema de saúde conseguiu lidar com a “pancada” da primeira onda “de forma maravilhosa”, mas, com o cansaço dos profissionais de saúde, “não podemos assumir que conseguirá mais uma vez”.

Ryan ainda alertou para a necessidade de proteger os trabalhadores da linha de frente para que consigam lidar com a nova alta dos casos. “Se voltarmos para uma situação de UTIs lotadas, a mortalidade vai crescer. Precisamos agir rapidamente, de forma mais consistente e colaborativa. Na primeira vez, tínhamos a desculpa de que estávamos aprendendo, adaptando, testando o que a população aceitaria. Mas, na segunda, precisamos agir melhor”, ressaltou.

De acordo com o diretor de emergências, o Brasil pode aprender com o que vem acontecendo na segunda onda que já atingiu a Europa e da América do Norte para evitar que o cenário se repita. Segundo ele, os governos estão lidando com o surto de forma muito mais eficiente desta vez.

“É necessário tomar ações decisivas para reduzir a transmissão. Por isso, é preciso a compreensão das pessoas sobre distanciamento social, uso de máscara e importância da higiene. É difícil, principalmente em áreas muito populosas, onde as pessoas precisam sair de casa para se sustentar”, frisou.

No Brasil, o número de casos acumulados de covid-19 chegou para 6.204.220 e 171.460 mortes, na quinta-feira (26).