Saúde


Brasil tem 8,9 milhões de comprimidos estocados de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina


Publicado 09 de abril de 2020 às 16:21     Por Roberta Cesar     Foto Ascom / SES

A indústria farmacêutica brasileira tem cerca de 8,9 milhões de comprimidos estocados à base de cloroquina e hidroxicloroquina. Estes produtos são aposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate ao novo coronavírus (covid-19). Além de ser testada contra a covid-19, as substâncias são usadas em medicamentos contra a malária, reumatismo, inflamação nas articulações, lúpus, entre outras doenças. As informações foram divulgadas pelo jornal Estadão, nesta quinta-feira (9).

O Ministério da Saúde somente recomenda a cloroquina para pacientes internados, pois faltam estudos conclusivos sobre segurança e eficácia da substância. A indústria afirma ter capacidade para produzir a demanda pelo remédio, mesmo com bloqueios de exportações da Índia, principal fornecedora da matéria prima.

De acordo com a publicação, os dados de estoques foram enviados em ofícios pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao Ministério da Economia, na segunda-feira (6). A Aspen Farmacêutica tem maior parte do estoque, com cerca de 5,15 milhões de comprimidos. Em seguida, a Fiocruz, com 3 milhões.

O Laboratório do Exército brasileiro está com estoque zerado. O órgão informou a Anvisa que tem insumos para produzir 250 mil comprimidos, mas falta material para embalar o remédio.

Cloroquina coloca em lados opostos Bolsonaro e Mandetta

A forma de uso de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina opõe o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), e Jair Bolsonaro. O presidente defende que seja feita a distribuição mais ampla do produto para pacientes com casos leves, entrega em postos de saúde e até para uso preventivo a quem sequer tem sintomas.

Porém, Mandetta voltou a afirmar nesta terça-feira (7), que não faz parte dos planos, considerando os estudos atuais, liberar de forma mais ampla a substância. A ideia é que o tratamento seja feito em um ambiente controlado. O ministério recomenda o uso dos produtos a pacientes internados.

“Já liberamos cloroquina e hidroxicloroquina tanto para os pacientes críticos, aqueles que ficam em CTIs, quanto para qualquer paciente em hospital, o moderado. O medicamento já é entregue, já tem protocolo. Nós estamos analisando para casos anteriores aos leves, que é onde pode haver algum tipo de senão. Isso ainda existe um pouco de dúvida, por conta de efeitos colaterais”, disse Mandetta.



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