Saúde


Brasil testou apenas 12% da população para Covid-19 e é 96º em lista internacional


Publicado 03 de dezembro de 2020 às 13:41     Por Fernanda Sales     Foto Sayonara Moreno / Agência Brasil

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que até outubro, 25,7 milhões de pessoas fizeram teste para saber se estavam infectadas pelo coronavírus. À época, 5,7 milhões, ou 22%, testaram positivo. O total de testes realizados pelo Brasil representa 12,2% da população de 210 milhões de habitantes, segundo os dados. O índice é considerado baixo pela comunidade acadêmica. As informações foram divulgadas no site Metrópoles.

De acordo com a publicação, os números apresentados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio com foco na covid-19 (Pnad covid-19), confirmam que o Brasil ainda está entre as nações que menos realiza testes no mundo.

A plataforma Worldometer, ferramenta que compila e compara resultados de enfrentamento da pandemia no mundo, indica que o Brasil é o 96º no ranking de realização de exames para detectar a doença em 220 nações. A cada grupo de um milhão de habitantes, somente 120 mil pessoas foram testadas.

Baixa testagem
Em números absolutos, o país é o sétimo, atrás de Estados Unidos, China, Índia, Rússia, Reino Unido e Alemanha. Uma ressalva: o Brasil tem uma população maior que a russa, a alemã e a inglesa, além de ter mais casos da doença.
O Ministério da Saúde realizou 16,7 milhões de testes — 64% do total —, segundo a plataforma LocalizaSUS, canal de prestação de contas da pasta para gastos da pandemia. Neste cálculo não estão incluídos os exames realizados pelos governos estaduais, municipais e da rede privada. Foram, no período, 8,68 milhões de testes PRC (considerado o mais seguro e de padrão de referência) e outros 8 milhões de testes rápidos (que apresentam diagnósticos mais rápidos, mas menos eficazes).

Isolamento precoce
Para a médica infectologista Lívia Ribeiro, consultora da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, a testagem no Brasil ainda é insuficiente, mesmo nos pacientes sintomáticos que procuram serviços de saúde. “Nem todos fazem o PCR, que seria indicado entre o terceiro e sétimo dia de sintomas”, explica.

Desperdício
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse em audiência no Congresso nessa quarta (2) que “está encaminhando” a análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a prorrogação da validade dos 7 milhões de testes PCR que estão estocados em armazém do governo federal. “Nunca aqui partimos da premissa de que os testes vão vencer agora em dezembro”, afirmou.

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