Saúde
Cloroquina doada pelos Estados Unidos vira problema para estados brasileiros
Cerca de 3 milhões de comprimidos de cloroquina que foram doados pelos Estados Unidos e pela empresa Novartis ao Brasil para o combate ao novo coronavírus (covid-19), podem se tornar gasto extra dos estados durante a pandemia. O medicamento precisa ser fracionado e o Ministério da Saúde deseja empurrar essa despesa para os governadores. As informações foram publicadas pelo jornal Estadão, nesta segunda-feira (20).
Segundo a publicação, o motivo é porque o remédio veio em frascos com 100 comprimidos, por isso será preciso separar a dose indicada para pacientes com covid-19. Além disso, é necessário que o produto seja embalado em caixa específica, que não tenha contato com o meio externo e que o processo seja acompanhado por farmacêuticos.
A proposta para que os estados se responsabilizem pelos custos do fracionamento foi feita durante reunião, na sexta-feira (17), pela equipe do ministro da Saúde interino, Eduardo Pazuello. No entanto, a ideia desagradou os secretários estaduais.
De acordo com a reportagem, outro motivo que incomodam os gestores dos estados é que o Ministério da Saúde ainda não destinou cerca de 1,2 milhão de comprimidos que estão estocados no Laboratório do Exército. Além disso, os secretários estaduais se sentem incomodados com a insistência da pasta no uso de cloroquina no tratamento de pacientes com covid-19 mesmo sabendo que não tem eficácia contra a doença.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) destacou que o medicamento é ineficaz para a prevenção e cura da covid-19. “A hidroxicloroquina deve ser abandonada em qualquer fase do tratamento da covid-19” , frisou a entidade.
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