Mesmo com a recomendação de que pessoas fiquem em casa para evitar a proliferação do novo coronavírus (covid-19), o Parque da Luz, na região Central da cidade de São Paulo, ainda concentra grande número de mulheres que utilizam o local como ponto de prostituição. As informações são do site Uol, publicadas nesta segunda-feira (23).

O parque foi fechado devido a pandemia, mas mesmo com a medida, o movimento persiste e conta com a presença, até, de mulheres com idade superior a 60 anos, considerado grupo de risco para a doença. À reportagem, Sheila, de 70 anos, afirma que movimento diminuiu com o fechamento do parque e com a quarentena. “Nunca trabalhei com outra coisa, então não ganho aposentadoria. Vivo aqui, vendendo o corpo para sobreviver. Já estou velha, mas ainda dou um caldo, viu? Meus clientes são fiéis. O problema é que eles são velhos, também, e agora não podem sair de casa. Aí me fodo”.

Segundo decreto do governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), a partir de terça-feira (24), todos os estabelecimentos não essenciais do estado, incluindo hotéis, deverão ser fechados. Com isso, além do parque, as garotas de programa da perderão os lugares onde atendem aos poucos clientes que ainda restam.

Com 29 anos de prostituição, Rosimeire, de 44 anos, afirma que nunca teve tão poucos clientes. “Já passei fome, já morei na rua. Quando não tenho o que comer, peço R$ 1 para ir até o Bom Prato. O problema é que agora, com esse vírus, não existe uma ideia de melhora. Pelo menos, quando o parque tá aberto, alguns coreanos que moram aqui por perto dão uma grana pra gente comer”, diz.

Em São Paulo, 631 casos do novo coravírus foram confirmados pelo Ministério da Saúde. Número de mortos chegou a 22. Último balanço do governo federal aponta 1640 infectados em todo o Brasil.