Das 11 milhões de pessoas que não estão inscritas no Cadastro Único (CadÚni), mas que tem direito ao auxílio emergencial, cerca de 5,5 milhões não têm conta em banco ou acesso regular à internet. Pessoas que estão neste grupo correm risco de não receberem o auxílio pago pelo governo federal. Os dados foram obtidos através da pesquisa do Instituto Locomotiva, feita a pedido do jornal Estadão e publicadas nesta segunda-feira (20).

“A crise do coronavírus tirou renda e jogou para a pobreza muita gente que tinha pouco, mas não era alvo de programas sociais. O vírus joga luz a problemas que já existiam, como a baixa renda dos informais, e acentua uma desigualdade histórica”, diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

A Caixa Econômica Federal (CEF) informou, na sexta-feira (17), que 9,1 milhões de pessoas que se inscreveram para o programa pelo aplicativo ou site receberiam a parcela de R$ 600 até esta segunda. Segundo o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, para contornar a situação o governo estuda alternativas de como levar o auxílio emergencial de R$ 600 para pessoas sem acesso à internet a partir de maio. A estimativa da pasta é de que a maior parte dos informais já será contemplada por meio do aplicativo e do site criados pela Caixa ainda no mês de abril.

“Se, ainda assim, surgirem situações expressivas, vamos tentar buscar essas pessoas. Mas, pelo aplicativo e site já temos resultados expressivos, o brasileiro está muito digitalizado. Caso a pessoa não consiga (pelo site ou aplicativo), ela pode ir em uma agência da Caixa, em uma associação comunitária, enfim, tem toda uma rede de solidariedade para ajudá-la”, afirmou.

O ministro disse que após o dia 30 de abril a maior parte dos beneficiários terá recebido duas parcelas do auxílio emergencial, com exceção dos cadastrados no Bolsa Família, que seguirão recebendo os recursos dentro dos períodos restabelecidos, uma vez por mês.