Coronavírus


Covid-19: Pesquisadores citados em plano de vacinação nacional negam aval a documento


Publicado 13 de dezembro de 2020 às 08:29     Por Roberta Cesar     Foto Divulgação / Governo de São Paulo

Pesquisadores citados como colaboradores do plano nacional de vacinação contra covid-19 brasileiro afirmaram que não tiveram acesso ao documento. O plano nacional do Governo Federal foi entregue, neste sábado (12), pela Advocacia Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF). As informações foram publicadas pelo Uol.

Em nota assinada por 36 pessoas, o grupo técnico do “Eixo Epidemiológico do Plano Operacional Vacinação Covid-19” afirmou estar surpreso com a entrega do documento e destacou que o texto “não lhe foi apresentado” e também não teve sua aprovação.

Em um texto divulgado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a entidade frisou: “Importante destacar que o grupo técnico havia solicitado reunião e manifestado preocupação pela retirada de grupos prioritários e pela não inclusão de todas as vacinas disponíveis que se mostrarem seguras e eficazes”.

Além disso, o grupo ainda questionou as prioridades que o Governo optou no plano. “Reiteramos nossa recomendação técnica para que todas populações vulneráveis sejam incluídas na prioridade de vacinação, como indígenas, quilombolas, populações ribeirinhas, privados de liberdade e pessoas com deficiência”, afirma outra parte do texto.

Em entrevista à GloboNews a enfermeira e epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), afirmou que o Governo Federal não deu nenhuma explicação sobre a divulgação do plano e ressaltou que nenhum dos pesquisadores teve acesso ao documento final.

“A gente nunca viu nenhuma versão desse documento. Tivemos várias apresentações reuniões junto com o PNI [Plano Nacional de Imunização]. Se ele fosse um interno, já seria problemático ter os nomes sem nossa anuência”, protestou Maciel. “Nossa mais alta corte [STF] tem um documento que consta o nome de diversas pessoas que elaboraram e você nem teve acesso a esse documento”, destacou.

Ainda na oportunidade, Maciel criticou as prioridades que foram publicadas no plano, a exemplo da retirada de pessoas do sistema prisional e profissionais da educação. Segundo a profissional, o problema é que o documento se adapta “ao número de doses que o governo tem”.



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