Cidades


Covid-19: Quase um milhão de pessoas devem ser vacinadas para gerar imunidade de rebanho em Sergipe, aponta pesquisa


Publicado 25 de janeiro de 2021 às 18:30     Por Fernanda Souto     Foto Divulgação/ SES

A quantidade mínima para vacinação e para gerar imunidade de rebanho (quando uma grande parcela da população se torna imune a uma doença infecciosa), em Sergipe, é de 900 mil de pessoas, segundo projeções de pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS). A estimativa do Projeto EpiSergipe foi publicada na Revista Interdisciplinar de Pesquisa e Inovação da UFS, neste domingo (24).

A análise considerou três parâmetros para estimar o nível crítico de imunização: a eficácia das vacinas, a taxa de reprodução básica do vírus, e a população a partir de 18 anos estimada para o ano de 2021. As duas vacinas analisadas foram a CoronaVac e a vacina do AstraZeneca, que apresentaram eficácia de 50,4% e 62,1%, respectivamente.

Para a taxa de reprodução do SARS-CoV-2, o novo coronavírus, os pesquisadores consideraram os intervalos de 1,5 – 1,69; 1,7 –1,89; e 1,9 – 2,0. Já a população do estado com idade igual ou superior a 18 anos, o estimado é de 1.711.674 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi categorizada em dois estratos etários: 18 – 64 anos e a partir de 65 anos, que somam 1.526.094 e 185.580 pessoas, respectivamente.

Com base na eficácia de 50,4% da vacina CoronaVac e levando em consideração uma variação na taxa de reprodução básica do SARS-CoV-2 entre 1,5 e 2,0, será necessário imunizar de 1,1 a 1,7 milhão de pessoas em Sergipe, sendo de 1 a 1,5 milhão na faixa etária de 18 a 64 anos e de 122 mil a 184 mil pessoas com idade igual ou superior a 65 anos.

Já com eficácia da vacina do AstraZeneca de 62,1% e tendo como parâmetro a mesma variação na taxa de reprodução do vírus, a população mínima estimada a ser imunizada será de 900 mil a 1,4 milhão de pessoas no estado, sendo de 800 mil a 1,2 milhão entre 18 e 64 anos e de 100 mil a 150 mil entre aqueles com pelo menos 65 anos de idade.

Para o líder do estudo, o professor do Departamento de Educação em Saúde e coordenador do Laboratório de Patologia Investigativa da UFS, Paulo Ricardo Martins Filho, a desaceleração do contágio pela covid-19 ocorrerá com a imunidade de rebanho.

Segundo ele, isso é viável “quando um número suficiente de pessoas desenvolve imunidade, mas a sua transmissão continua em um menor ritmo até, eventualmente, cessar-se por completo. É como um carro que não para quando você tira o pé do acelerador. Assim, a vacinação em massa diminuirá a transmissão do vírus na comunidade, o número de casos de covid-19, e de tal modo a quantidade de pessoas que precisam de hospitalização em decorrência da doença. Em consequência, o número de mortes também deverá ser reduzido substancialmente”.

“Hoje, a taxa de transmissão do novo coronavírus em Sergipe está acima de 1, ou seja, há um crescimento do número de casos novos de covid-19. O vírus voltou a circular com muita força em nosso estado por conta do desrespeito às medidas sanitárias de enfrentamento à covid-19, especialmente no que se refere ao uso de máscara e ao distanciamento físico”, alertou Paulo Martins.



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