Brasil


Em estado crítico, hospitais de Manaus ficam sem oxigênio para atender pacientes graves de covid-19


Publicado 14 de janeiro de 2021 às 16:01     Por Larissa Barros     Foto Divulgação / Governo de Sergipe

A situação dos hospitais que atuam no atendimento de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus, em Manaus, voltou a se agravar e profissionais de saúde afirmaram que além de estarem passando por uma situação dramática, muitas pessoas ainda vão morrer já nas próximas horas por falta de assistência.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, o pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, afirmou que os hospitais viraram câmaras de asfixia”, por falta de oxigênio.

“Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque”, afirma ele. “Há informações de que uma ala inteira de pacientes morreu sem ar”, completa.

De acordo com a coluna, a informação foi confirmada pelo reitor Sylvio Puga, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que administra o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV). Segundo ele, doentes estão sendo transferidos para o estado do Piauí.

“Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, devem ficar com sequelas cerebrais permanentes”, acrescentou o pesquisador.

Ainda segundo os relatos, uma das profissionais teria dito, chorando, que os pacientes estão recebendo oxigenação de forma manual, pois os respiradores estão sem oxigênio. Com isso, cada profissional consegue realizar a técnica de ambuzar um paciente por no máximo 20 minutos, quando tem que ceder lugar a outro técnico, o que torna a rotina de procedimentos arriscada, insuportável e caótica.

Ao todo, segundo a colunsita, ao menos 30 pacientes com covid-19 que estão internados no Hospital Universitário Getúlio Vargas, em Manaus (HUGV), onde não há mais oxigênio, serão transferidos para o Hospital Universitário de Teresina, no Piauí, nesta quinta (14).

Na terça (12), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) responsabilizou o governo estadual do Amazonas e a prefeitura de Manaus por “deixar acabar” o oxigênio que seria destinado aos pacientes de covid-19. Além disso, o chefe do Executivo afirmou que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, precisou viajar para a cidade para “interferir” na situação local, pois estava um “caos”.



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