Coronavírus


Flávio, Eduardo Bolsonaro e membros do governo visitam aldeia indígena em Manaus sem máscaras


Publicado 24 de setembro de 2020 às 10:41     Por Eduardo Costa     Foto Reprodução/Instagram

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e outros membros do Governo Federal visitaram uma aldeia indígena em Manaus (AM) sem máscaras. A imagem compartilhada nas redes sociais nesta segunda-feira (21) mostra todos sem a proteção, que é obrigatória na cidade.

“Nada se compara ao nosso país quando o assunto é turismo de natureza, etnoturismo e sustentabilidade. Aqui na Amazônia, 97% da área do estado são de florestas preservadas. Gastronomia indígena inclui raízes, caças, pescado e formigas que, por sinal, são uma fonte farta de proteínas e uma iguaria”, disse na legenda da foto o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Gilson Machado Neto.

Junto com Flávio, Eduardo e Gilson, também estavam nas fotos indígenas, o senador Irajá (PSD-TO), e secretário de Aquicultura e da Pesca do Ministério da Agricultura, Jorge Seif.

Os irmãos Bolsonaro estão em Manaus cumprindo agenda para fomentar ações de turismo. Na última sexta-feira (18), mesmo com a pandemia, o Governo do Amazonas anunciou a abertura da temporada de pesca esportiva no Rio Negro. Até agora, mais de 132 mil pessoas foram infectadas no estado do Amazonas, sendo 13 mil índios. Em Manaus, chegou a haver colapso no sistema de saúde.

O Conselho Indigenista Missionário, Igreja Católica do Amazonas e Roraima, manifestou-se ao G1 com preocupação. Segundo um de seus membros, o missionário Francisco Loebens, criticou bastante a atitude das autoridades.

“Num contexto desses, visitar uma comunidade indígena sem nenhuma necessidade, expondo essa comunidade à possibilidade de contrair o vírus, é uma absoluta irresponsabilidade. É você simplesmente desconhecer os cuidados básicos e um descompromisso total com a vida do outro, com a dos povos indígenas, que chega ao absurdo”, afirmou.

Loebens ainda falou da vulnerabilidade dos povos índigenas por conta da falta de atenção de políticas públicas. “Por isso, todos os sensatos atendem ao pedido dos povos indígenas para que fosse diminuído todas as visitas, encontros e contatos para não aumentar o problema. Esse é o contexto e acho que precisa continuar esse esforço”, completou.



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