Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) apontaram que a vítima padrão de covid-19 são homens pobres e negros. A informação faz parte de um levantamento feito pela Lagom Data e divulgado pela revista Época, nesta sexta-feira (3).

De acordo com a reportagem, foram analisados dados de 54.488 vítimas. E segundo os dados, por razões socioeconômicas e sociodemográficas, a doença matou mais pobres e pardos, mais homens e mais jovens do que em outros países onde a pandemia causada pelo novo coronavírus inviabilizou sistemas de saúde, como Itália e Espanha.

Segundo a publicação, a coleta de dados foi feita pelo Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), no qual é possível ler o que cada profissional da saúde escreveu na ficha de cada paciente infectado pelo novo coronavírus no Brasil.

O levantamento aponta também que 96% dos pacientes que morreram de covid-19 após serem internados no Brasil viviam em zonas urbanas, deste, quase seis em cada dez eram homens.

Ainda segundo a pesquisa, com relação às vítimas cuja cor foi identificada, 61% constam como pardas e pretas. No entanto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os pardos e pretos no país representam 54%.

Na região Nordeste, 82% dos mortos eram pardos e pretos, mesmo sendo apenas 70% da população, de acordo com o instituto. Já na região Norte, 86% das vítimas eram pardas e pretas, sendo um número proporcionalmente maior do que a quantidade desses fenótipos entre a população da região, que representa 76%.