A vacinação contra a covid-19 começou com polêmica em Manaus, nesta terça-feira (19). Profissionais de saúde que estão na linha de frente e que devem ser priorizados para receber a vacina se revoltaram após duas herdeiras de uma família tradicional do estado serem as primeiras imunizadas. A informação é da revista Veja.

As recém-formadas em medicina, Gabrielle Kirk Lins e Isabelle Kirk Lins, são da família do presidente da mantenedora da Universidade Nilton Lins, uma das maiores de Manaus, Nilton da Costa Lins Júnior.

Segundo os profissionais do sistema de saúde local, as gêmeas, que atuam há pouco tempo como servidoras da prefeitura de Manaus, receberam a CoronaVac antes de médicos e enfermeiros de hospitais estaduais que estão em situação mais caótica, como Delphina Aziz e o 28 de Agosto. Ambas trabalham numa Unidade Básica de Saúde (UBS) dentro do terreno da empresa do pai.

“Realmente eu sou médica, sim, formada em maio de 2020, durante o primeiro pico da pandemia. Desde a semana passada fui convidada para atuar na atenção primária à covid-19, na nova UBS da prefeitura. E hoje durante meu plantão fui convidada a me vacinar junto com os demais médicos e enfermeiros das unidades. Realmente não propague notícias falsas, isso é triste! ”, disse uma das médicas no Facebook.

A prefeitura divulgou uma nota em que afirma que não houve nenhuma irregularidade na aplicação da vacina nas duas gêmeas da família Lins. Logo depois, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), disse que uma portaria foi publicada para proibir que as pessoas façam imagens do momento da vacinação.

“Sobre o caso das médicas Gabrielle Kirk Lins e Isabelle Kirk Lins, vacinadas neste primeiro dia de imunização, não há nenhuma irregularidade, uma vez que estão nomeadas e atuando legitimamente no plantão da unidade de saúde, para a qual foram designadas, em razão da urgência e exceção sanitária, incluídos os primeiros 15 dias da nova gestão ”, diz a nota da prefeitura.