Saúde


Médico de Bolsonaro diz que vacina contra covid-19 matou voluntário brasileiro


Publicado 01 de novembro de 2020 às 15:30     Por Eduardo Costa     Foto Antonio Cruz/Agência Brasil

O médico do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Antonio Luiz Macedo, teve um áudio vazado onde fala que a vacina contra a covid-19 matou um voluntário brasileiro. A mensagem, na qual ele também diz que pessoas não devem ser cobaias de vacinas, tem cinco minutos e está circulando em grupos de WhatsApp.

O médico responsável pelas cirurgias do presidente diz que deve haver “respeito aos brasileiros, nós não somos cobaias para sermos testadas com vacinas que não têm aprovação de ninguém”. Antonio também disse que a covid-19 “se for bem tratada, não mata ninguém”.

Ele afirma que os testes precisam ter “mais seriedade, com menos oba-oba, de modo que não se admita que um médico de 28 anos de idade morra testando uma vacina”. Ele ainda mostrou lamentação por “esse coitado desse médico de 28 anos que morreu tomando vacina”.

“Pare de se testar vacina, vacina não é para se testar, vacina é para se aprovar se os dados da vacina fornecerem segurança para o médico autorizar”, completou. Ao jornal Folha de São Paulo, ele confirmou o áudio.

O brasileiro ao qual ele se refere era um médico que participava como voluntário de estudos da vacina sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. Ele morreu por complicações da covid-19 e não recebeu a vacina, mas sim outro medicamento para comparação de eficácias.

Por fim, Antonio Luiz Macedo também criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que afirmou que a vacinação no estado seria obrigatória. “Quem autoriza vacinação não são leigos governadores ou prefeitos ou quem quiser da rede pública… quem autoriza a vacinação é o médico do paciente, que é o responsável”, pontuou.

“Se nós escutarmos o que os nossos governadores de cima, o nosso presidente e toda sua equipe falando, e o presidente da Anvisa falando, nós saberemos o momento certo de usar a vacina e qual vacina a ser usada”, complementou o médico de Bolsonaro.

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