O setor dos shows e eventos foi um dos mais prejudicados pela suspensão das atividades culturais, em Sergipe, durante a pandemia de covid-19. Em entrevista ao AjuNews, o presidente da Associação dos Músicos Sergipanos (ASM), Dum Hora, afirma que apesar das ações do governo federal, em “momento algum os músicos se sentiram representados ou lembrados em decretos”.

“A maior dificuldade foi sobreviver com os auxílios enquanto duraram. Alguns músicos têm rendas complementares, e mesmo assim perderam cerca de 50% das suas rendas. Mas, a grande maioria não tem esse complemento e contam apenas com a ajuda de familiares e empréstimos”, afirmou.

Na semana passada, os trabalhadores da área artística participaram de um ato em frente ao Palácio de Despacho para debater as reivindicações apresentadas pela classe musical e pedir para o governo afrouxar as medidas que limitam as apresentações musicais. Segundo o presidente da Associação, o ato foi realizado para que os artistas pudessem criar um canal de diálogo com o governo do Estado.

“Nós não tivemos nenhum representante junto ao comitê científico, muito porque ninguém procurou o governo para reivindicar absolutamente nada. Quando houve a primeira liberação em setembro, que liberava eventos de até 300 pessoas e 2 músicos no palco, nenhum músico foi representando a classe. Então, não se pode culpar o governo ou o comitê. Por isso fomos buscar o canal de comunicação apenas com o grupo e sem um nome específico até então”, explicou.

Para Dum, é possível que os músicos retomem os trabalhos artísticos ainda durante a pandemia, contanto que siga algumas medidas para evitar o contágio do novo coronavírus. “Vamos contornar com três pontos básicos: a chegada ao show sem contato com público, distanciamento e uso de máscara, por quem não canta ou toca instrumentos de sopro no palco, distanciamento do público durante o show”, destacou o presidente da Associação.

Atualmente, Sergipe tem registrado uma alta do número de casos de infecções pelo novo coronavírus. Ao todo, o estado já registrou 127.349 casos confirmados da covid-19 e 2.629 mortes em decorrência da doença.