Política


Prefeito de Manaus chora, pede ajuda, diz que Bolsonaro tem de ser presidente de verdade e respeitar coveiros


Publicado 21 de abril de 2020 às 18:30     Por Dhenef Andrade     Foto Pedro França / Agência Senado

O prefeito de Manaus, capital do Amazonas, Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), em reunião com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, nesta segunda-feira (20), desabafou contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No encontro, o prefeito criticou a presença de Bolsonaro nos atos do último domingo. Arthur ainda alertou aumento do número de mortes pela covid-19 na cidade. As informações são da coluna Painel, publicadas no jornal Folha de São Paulo, nesta terça-feira (21).

“Não podia deixar de condenar o presidente por participar de um comício, aglomerando, e ainda por cima tecendo loas a essa coisa absurda que foi o AI-5. Cassou meu pai, Mário Covas, pessoas acima de quaisquer suspeitas, e que serviam o país. Acho de extremo mau gosto o presidente participar do comício, insistentemente contrariando a OMS e os esforços que fazem governadores e prefeitos. Bolsonaro toca diariamente nas minhas feridas”, disse Vírgilio.

Durante a reunião, o prefeito pediu tomográfos, profisisonais treinados, equipamentos de proteção individual (EPIs) e remédios. “O Amazonas pede socorro. SOS Amazonas. Aceitamos voluntários, médicos, aparelhos que estejam em bom funcionamento ou novos”, completa.

Ainda na segunda, Arthur chorou enquanto falava dos coveiros, após a declaração de Bolsonaro em que, quando questionado sobre número de mortes por covid-19 no país, respondeu que não é coveiro. “Queria dizer para ele que tenho muitos coveiros adoecidos. Alguns em estado grave. Tenho muito respeito pelos coveiros. Não sei se ele serviria para ser coveiro. Talvez não servisse. Tomara que ele assuma as funções de verdadeiro presidente da República. Uma delas ao respeitar os coveiros”, afirma.

Manaus tem, até o momento, 1.664 casos de contaminação pelo coronavírus, além de 156 óbitos. A taxa de ocupação leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) passa de 90%.

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