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Pela primeira vez, Olodum desfila sob comando de uma mulher em Salvador


Publicado 21 de fevereiro de 2020 às 08:16     Por Redação AjuNews     Foto Divulgação

Pela primeira vez, o grupo Olodum, que se apresenta nesta sexta-feira (21), no Carnaval de Salvador, vai ser comandado por uma mulher. A pioneira é Andréia Silva Reis, 44 anos. Cria do Olodum, como se define, ela foi descoberta com 12 anos, quando tocava na rua numa banda de latas, a qual criou com amigos para justamente imitar o famoso bloco afro de percussão. As informações foram publicadas pela Folha de São Paulo, nesta sexta.

Desde 25 de abril de 1979, quando o tradicional bloco foi fundado, o grupo de 120 percussionistas sempre foi regido por homens. O músico Antonio Luis Alves de Souza (1955-2009), o Neguinho do Samba, um dos fundadores do grupo e criador do samba-reggae e da também da Banda Didá (só de mulheres), foi quem convidou a banda de lata para entrar na escola do Olodum.

E logo ali surgiu o primeiro entrave. “Quando a gente foi se inscrever, falaram que só aceitavam homens. A gente reclamou, o Neguinho interveio, e fui aceita. Meu pai foi contra no início. Falava que ali não era lugar para mulher. Mas lugar de mulher é onde ela quiser e tiver competência para estar. Então, resisti e ia escondido, com muita ajuda da minha mãe”, afirma.

Quanto a liderar o grupo na apresentação de Carnaval, ela diz sentir agora o mesmo frio na barriga que sentiu quando viajou pela primeira vez de avião com o grupo. “Você acredita que, com 16 anos, eu toquei no Central Park? Aquilo foi demais, inesquecível”, diz ela, sobre a histórica gravação com Paul Simon em 1991, nos EUA, diante de 750 mil pessoas.



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