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Profissionais de TI brasileiros compartilham vivências do trabalho remoto no exterior e motivos para voltar atuar no país
A experiência internacional em tecnologia pode parecer o auge da carreira, mas o retorno ao mercado de trabalho nacional revela o lado oculto desse sonho: distanciamento cultural, desafios emocionais e a busca pelo equilíbrio que muitas vezes falta no exterior.
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Foto: Pixabay
Trabalhar para empresas de tecnologia no exterior é um sonho para muitos brasileiros. A experiência internacional, mesmo num trabalho a distância, oferece crescimento técnico, interação com equipes multiculturais e acesso a projetos de impacto global. No entanto, desafios como diferenças culturais, fuso horário local e diferenças culturais têm levado esses profissionais a retomar suas carreiras no Brasil.
Embora o número de brasileiros atuando remotamente para empresas no exterior tenha crescido 491% nos últimos anos, conforme pesquisa da startup Husky, o glamour esconde dificuldades como a falta de vínculos trabalhistas, horários exaustivos e barreiras culturais que fazem com que muitos repensarem se vale a pena continuar.
Nas estatísticas de quem buscou o mercado internacional, mas optou por fazer o caminho inverso, estão Thiago Luiz Varella e Henrique Bonini de Britto Menezes, dois profissionais da área de tecnologia que compartilham suas jornadas, conselhos e as razões que os trouxeram de volta.
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Thiago, analista de sistemas na Gryfo, teve sua primeira experiência internacional entre 2022 e 2024, trabalhando remotamente na área de tecnologia para uma empresa nos Estados Unidos. Ele destaca como vantagens as oportunidades de colaborar com equipes multiculturais e lidar com tecnologias de ponta. Contudo, a distância física e as barreiras de comunicação o motivaram a mudar de rota. “O alinhamento de reuniões no mesmo fuso horário e a interação na língua nativa tornam o trabalho mais ágil e eficiente”, conclui.
Já Henrique, sócio e Head de Infraestrutura da Gryfo, atuou remotamente nos Estados Unidos como desenvolvedor backend, também entre 2022 e 2024. Para ele, entender o funcionamento de empresas estrangeiras foi um diferencial, mas a frieza nas relações interpessoais e a burocracia, o incentivaram a voltar seu foco para as empresas brasileiras. “Valorizo a proximidade nas relações de trabalho que temos no Brasil. E isso impacta diretamente na satisfação profissional”, destaca Henrique.
Conselhos para quem deseja trabalhar no exterior
Para quem deseja investir na carreira internacional, Thiago recomenda disciplina para lidar com fuso horários, não é necessário ter fluência no idioma local, mas conhecer bem a língua e ter clareza na comunicação em ambientes multiculturais para evitar problemas. “A experiência é enriquecedora, mas é fundamental manter o equilíbrio com a vida pessoal também”, ressalta ele.
Henrique concorda e sugere que os interessados não precisam se preocupar em ter um inglês perfeito e devem transmitir suas ideias com muita clareza. Ele também alerta que as interações sociais no exterior podem ser limitadas, o que pode ser bom ou ruim, dependendo da perspectiva.
Seja como for, trabalhar no exterior, especialmente em tecnologia, oferece crescimento técnico e visibilidade, mas traz desafios muitas vezes subestimados: isolamento, horários incompatíveis e falta de vínculos emocionais. Para muitos brasileiros, atuar em seu próprio país tem sido mais do que uma escolha profissional e sim, uma reconexão com a vida que realmente importa.
Sobre a Gryfo
Criada em 2017, a Gryfo é uma startup brasileira, especializada em tecnologias inovadoras e próprias, que usam a Inteligência Artificial para o reconhecimento facial. Por meio de um API ou SDK, essas tecnologias são integradas a soluções de outras empresas. Dessa forma, elas podem ser aplicadas em sistemas de reconhecimento facial usados no controle de ponto, na identificação de usuários durante eventos, no monitoramento de motoristas, entre outras. Para saber mais, acesse o site: Link.
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