Política


Bolsonaro pede compreensão aos caminhoneiros revoltados com o aumento do diesel


Publicado 13 de março de 2022 às 12:40     Por Quesia Cerqueira     Foto Reprodução/Anderson Riedel/PR

Bolsonaro disse nesse sábado (12), que não conversou com os caminhoneiros sobre reajustes nos preços de combustíveis, mas afirmou estar ciente de que eles estão “chateados”. 

Jair disse torcer para que a categoria não se organize para fazer protestos contra o aumento dos combustíveis. “Peço a compreensão deles. Entendo que subiu, sim, R$ 0,90 o preço do diesel, mas hoje diminuiu R$ 0,60. Espero que na ponta aqui, na bomba, esse valor se faça presente”, comentou ele sobre um Projeto de Lei Complementar (PLC), aprovado na sexta-feira pelo Congresso Nacional.

Importante relembrar que em 2018, no governo de Michel Temer houve uma grande greve dos motoristas que paralisou o país e fez com que o presidente buscasse recursos extraordinários para auxiliar os trabalhadores. Essa é uma atitude que se espera de Jair para os próximos dias.

Bolsonaro ainda considerou que não é o ideal que os profissionais entrem em greve. Com uma possível paralisação, o caminhão não pode sair de casa e o motorista não teria mais como honrar pagamentos, como o de combustíveis. “Quer ver uma coisa? Você pega uma viagem daqui Brasília a São Paulo, mais ou menos mil quilômetros. Um caminhão grande gasta, a cada dois quilômetros, um litro de diesel. Então, ele gasta quinhentos litros para ir e quinhentos para voltar. Gasta mil litros de combustível. Se o aumento foi de R$ 900, o que não é verdade, então aumentou mais R$ 900”, calculou.

Bolsonaro disse que a situação atual é insuportável, mas é preciso ter sensibilidade. Ainda afirmou que qualquer um pode ser trocado em seu governo, com exceção dele próprio e do vice-presidente Hamilton Mourão, pois possuem mandato. “Todo mundo pode ser trocado”, disse, quando questionado por jornalistas sobre se existia a possibilidade de mudar o comando da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, após o reajuste dos combustíveis anunciado esta semana. 

 Bolsonaro deixou subentendi que não houve um diálogo com o general Luna após a decisão do comandante da Petrobras de repassar o aumento dos custos dos combustíveis no mercado externo para o mercado doméstico. “Certas coisas não precisam comentar. Ele vai ligar para mim para perguntar ‘está satisfeito com o reajuste?’, Não vai. Ele sabe o que eu penso disso e o que qualquer brasileiro pensa disso”, disse. “Agora, o brasileiro tem que entender que quem decide esse preço não é o presidente da República. É a Petrobras com os seus diretores e o seu Conselho.”

Bolsonaro mais uma vez descartou a possibilidade de mudar os preços dos combustíveis “na caneta”. “Não existe isso. Se você efetuar uma medida dessa aí, explode. Quando você fala, o preço do combustível está atrelado ao valor do petróleo lá fora e ao dólar aqui dentro. Se você tomar certas medidas, você simplesmente causa um caos na economia”, explicou. “Não adianta você reduzir na canetada em R$ 1 o preço do combustível se o dólar vai para R$ 7”, acrescentou.



Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Leia os termos de uso