Cultura


‘Hoje você é obrigado a achar que um MC qualquer é igual a Pixinguinha’, diz Eduardo Gudin


Publicado 26 de janeiro de 2020 às 09:25     Por Redação AjuNews     Foto Joana Gudin/ Divulgação

Compositor de cerca de 250 músicas, Eduardo Gudin, 69 anos, fez um paralelo entre a música brasileira do século 20 e a atual. A entrevista foi publicada neste domingo (26), pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo. “Você não pode comparar Dorival Caymmi a nada do que está aí. Se disser que Caymmi é melhor que não sei o quê, falam que você é um retrógrado, reacionário, tem medo do novo. É uma evidência [que é melhor], mas não pode nem discutir”, disse.

O parceiro de nomes como Paulinho da Viola, Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini ainda acrescentou: “Então você é obrigado a achar que um MC qualquer é igual a Ernesto Nazaré. A Pixinguinha. A Ary Barroso. A Noel Rosa. A Chico Buarque. A Tom Jobim. Não é! É óbvio que não é. Mas você não pode falar. Então todo mundo tem medo de entrar nessa discussão”, diz ele.

Na entrevista, ele ressaltou que a declaração não é uma discussão sobre o mérito da produção musical atual] “Não é para criticar. É chato criticar colega. Esse é um papel para crítico de música”, diz. “É sobre analisar a sociedade. Sinto falta da discussão. As pessoas são censuradas a discutir”.

Gudin também acrescentou que a nossa sociedade não consegue mais produzir a música que produziu no século 20. “A vida de hoje é meio contra um tipo de música que o cara leva mais tempo para aprender, para aprimorar”, reflete. “Se eu começasse hoje, talvez não seria músico. Não sei se o que tem aí ia me interessar.”



Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Leia os termos de uso