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Operação mira esquema em máquinas de pelúcias e investiga relação com jogo do bicho


Publicado 28 de agosto de 2024 às 09:04     Por Rita     Foto Rita

A Polícia Civil do Rio realiza, nesta quarta-feira, a Operação Mãos Leves 2 para cumprir 19 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a empresas que, segundo investigações da Delegacia de Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRPPIM), praticam crimes por meio de máquinas de bichos de pelúcia instaladas em shoppings. A participação de organizações criminosas como milícias e jogo do bicho nas fraudes é investigada.

Segundo exames realizados por peritos do Instituto Criminalista Carlos Éboli (ICCE) em máquinas apreendidas na primeira fase da operação, realizada em maio deste ano, o sistema eletrônico dos equipamentos pode ser programado para que o jogador tenha sucesso na captura do bicho de pelúcia somente após um determinado número de jogadas, mediante a liberação de uma corrente elétrica. Ou seja, o sistema dispõe de um contador de jogadas: se o número programado não for atingido, a corrente elétrica enviada gera uma potência na grua insuficiente para a captura do brinquedo.

“A investigação começou, em maio deste ano, quando a gente recebeu notícias de que essas máquinas estavam oferecendo bichos de pelúcia falsificados. Efetuamos uma apreensão nessa época e efetuamos também a apreensão da máquina. Depois de feita uma perícia, a gente percebeu que os dispositivo dispõe de um contador de jogadas. Só a partir de determinado número de jogadas é que é liberada uma corrente elétrica que gera uma pressão suficiente para que a garra consiga capturar uma pelúcia. Antes disso, a corrente elétrica é mais baixa. (…) O sucesso do jogador está muito mais ligado à sorte de jogar naquele momento em que o contador permite a captura do que à sua habilidade”, disse o delegado Pedro Brasil, titular da DRCPIM, ao Bom Dia Rio, da TV Globo.

Com o laudo, a Polícia Civil constatou que as máquinas são parte de um processo fraudulento para lesar os consumidores. Os investigadores apuraram também que um dos alvos da operação já foi investigado por ligação com máquinas caça-níqueis. Isso levantou a suspeita da participação do jogo do bicho na atividade.

“Isso fez acender uma luz que nos fez desconfiar de que organizações criminosas como contravenção de jogo do bicho ou até milícias possam estar por traz disso”, afirmou Pedro Brasil.

Segundo o delegado, duas empresas são alvo da investigação. Elas dominam o mercado das máquinas de pelúcia no Rio de Janeiro, afirmou o policial:

“Até o momento, em todas as máquinas foi encontrado esse dispositivo de sistema de controle de corrente elétrica para regular a pressão na grua. As máquinas que estão vinculadas a essa investigação têm esse dispositivo”.

Os agentes da DRCPIM, com o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina, estão em endereços no Rio, na Baixada Fluminense e em SC. Os alvos são investigados por crimes contra a economia popular, contra o consumidor, contra a propriedade imaterial, associação criminosa e contravenção de jogo de azar.

Os policiais visam a apreender, além das máquinas e de pelúcias falsificadas, celulares, computadores, notebooks, tablets e documentos, que serão examinados. As investigações continuarão para apurar possível  de lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros que possam estar acontecendo.



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