Apesar dos impactos causados pela não realização dos festejos juninos em Sergipe, adiar as comemorações para o final do ano ainda é uma especulação. Em entrevista ao AjuNews, o diretor regional da Associação Brasileira dos Promotores de Evento (ABRAPE) em Sergipe e empresário renomado no mercado cultural, Fabiano Oliveira, afirmou que trata-se de uma possibilidade, pois ainda não existe previsão para o fim da pandemia do novo coronavírus (covid-19).

“Qualquer planejamento nesse sentido só será possível quando tudo isso passar, e com fé em Deus vai passar. Mas a decisão de uma nova data cabe a cada prefeitura”, disse o Fabiano.

O governador Belivaldo Chagas (PSD), o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e o gestor do município de Nossa Senhora do Socorro, Padre Inaldo (PP), anunciaram o cancelamento do Forró Caju, Arraial do Povo e Forró Siri, respectivamente. Prefeitos de outros 32 municípios fizeram o mesmo. A medida faz parte das ações para contenção da covid-19 em Sergipe.

Segundo empresário, o cancelamento dos festejos causou um impacto imensurável, pois milhares de pessoas que trabalham em diferentes segmentos são envolvidas nas festas, e o setor musical foi o primeiro a parar as atividades.

Ao ser questionado sobre uma estimativa do prejuízo, ele informou que não é possível estimar em números o tamanho do prejuízo econômico, pois os festejos influenciam também na atração de turistas para o estado.

Retomada
De acordo com Fabiano, será preciso atuar em conjunto com o trade turístico para divulgar a cultura sergipana e contornar os problemas gerados em razão da pandemia.

“Será necessário unir forças entre o poder público e privado, criar estratégias e fazer uma ampla divulgação em todo país a fim de atrair um número maior de turistas para o Estado. Em todo Nordeste faremos uma divulgação dos eventos a fim de atrair público para os shows e turistas para o Estado”.

Ainda segundo o empresário, alguns locais já estão retomando as atividades culturais a partir de novas alternativas que estão dando resultados positivos, como o Drive Show.

“Algumas capitais como Florianópolis e Rio de Janeiro já estão realizando o drive show, que é o sistema onde a pessoa vai com o carro ao evento e assiste ao filme com DJ e música. Essa alternativa tem dado muito certo nesses lugares, e nós estamos aguardando e observando através da ABRAPE Nacional como está sendo o resultado”, explicou.

Ele também avalia que as lives têm sido uma das alternativas adotadas no setor musical para captação de patrocínios e recursos durante o período de isolamento social. “Todo mundo se unindo, um ajudando o outro. As lives estão fazendo esse trabalho de arrecadação e destinando para entidades solidárias”, disse.

Mesmo sem haver uma data prevista para retomada das atividades culturais e turísticas em Sergipe, Fabiano afirma que a classe empresarial está se reinventando durante o período de isolamento. “Trata-se de um momento de muita criatividade e muita união”.