Política


Com dívidas de R$ 10 bi a organismos internacionais, Brasil reserva apenas R$ 2,2 bi para pagamentos em 2021


Publicado 05 de fevereiro de 2021 às 10:22     Por Eduardo Costa     Foto Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Brasil deve R$ 10,1 bilhões a mais de cem organismos internacionais, mas reservou apenas R$ 2,2 bilhões para pagamentos às entidades em 2021. O valor corresponde a 21% do necessário. Tais pagamentos envolvem também compromissos agendados para este ano. A informação é do jornal Folha de São Paulo.

Segundo a matéria, a inadimplência com os órgãos cresceu de forma gigantesca no governo Jair Bolsonaro (sem partido), aumentando 483% em 2019 e 169% em 2020. Foram R$ 6 bi acumulados em dívidas até o fim de 2020, e mais R$ 4,1 bi em parcelas previstas para 2021. Há um temor, inclusive, por sanções internacionais.

Também aumentou o número de entidades a quem o Brasil deve, saindo de 10 em 2018 para 107 em 2020. Entre elas estão a Organização das Nações Unidas (ONU) e seus braços, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). A maior dívida é com o Novo Banco de Desenvolvimento: R$ 1,59 bilhão.

Entidades como a própria ONU estão cobrando o Brasil. Segundo a Folha, em 2019, a instituição informou por meio de seu secretário-geral assistente, Chandramouli Ramanathan, que poderia ser retirado o poder de veto do país nas votações. Ao fim do ano, o Brasil pagou a quantia mínima de R$ 500 milhões e manteve o direito.

À Folha, o Ministério da Economia informou que “mesmo diante do cenário de restrições orçamentárias e financeiras, o Ministério tem como uma de suas prioridades a quitação dos compromissos brasileiros com organismos internacionais, e envidará esforços para que os recursos sejam devidamente previstos na Lei Orçamentária Anual de 2021”.

A pasta também diz ter pago R$ 3,99 bilhões em dívidas nos últimos dois anos. Internamente, é discutida a possibilidade de um remanejamento orçamentário de quase R$ 8 bilhões.



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