Mais da metade da população brasileira poderá ter que receber o auxílio emergencial do Governo Federal se a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) acabe gerando mais perda de renda. Segundo os dados de uma simulação feita pela Instituição Fiscal Independente (IFI), 50 milhões de pessoas já receberam o benefício, mas esse número deve crescer para 80 milhões e pode chegar a 112 milhões. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de São Paulo, nesta quinta-feira (7).

A IFI, órgão do Senado, avaliou várias simulações com base nos dados da Caixa e da Dataprev até o dia 1° de maio. Se o Governo brasileiro manter o número de pessoas que já tiveram acesso ao primeiro pagamento do auxílio emergencial, os gastos em três meses ficam em torno de 96,5 bilhões.

Ainda de acordo com o levantamento, se o percentual de aprovação das pessoas cadastradas se mantiver, serão 63 milhões de brasileiros, uma despesa de R$ 120,4 bilhões. Essa é praticamente a verba que o Tesouro Nacional reservou para fazer os pagamentos, ao todo R$ 123 bilhões.

Segundo a publicação, na análise do analista da IFI, Alessandro Casalecchi, responsável pela pesquisa, a situação mais provável é considerar a inclusão de mais 17 milhões pessoas, chegando ao total de 38% da população e um gasto de R$ 154,4 bilhões. Neste caso, o Governo Federal teria que colocar mais R$ 30 bilhões.

Na hipótese de um cenário mais extremo, seriam pagos R$ 218 bilhões a 112 milhões de brasileiros, 53% da população. Mas para isso acontecer, seria preciso que todas as pessoas no CadÚnico, mas que não são beneficiárias do Bolsa Família, sejam aprovadas. O número de autônomos aptos teria que triplicar. O que só aconteceria com um grande avanço do desemprego no país.