Economia


Fim do auxílio emergencial levará 1/3 da população brasileira à pobreza


Publicado 09 de outubro de 2020 às 11:41     Por Roberta Cesar     Foto Marcelo Camargo / Agência Brasil

Quando o pagamento das parcelas do auxílio emergencial for encerrado, em dezembro, o Brasil ampliará para aproximadamente 16 milhões o número de pessoas consideradas pobres. Este índice, equivale a quase um terço de brasileiros que viverão, em média, com menos de R$ 522,50 por mês. A quantia representa menos de meio salário mínimo. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de São Paulo, nesta quinta-feira (8).

O pagamento do benefício a mais de 65 milhões de pessoas causou uma redução inédita na pobreza no Brasil, chegando a alcançar o menor patamar. O fim do auxílio causará um efeito contrário. A medida aumentará o total de pobres saindo de 23,6% (50,1 milhões) para 31% (66,2 milhões).

Neste cenário mais otimista, o país voltaria ao mesmo nível de pobreza de antes da pandemia do novo coronavírus (covid-19), de acordo com um levantamento da FGV Social a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD covid-19), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por causa da medidas de isolamento social, o segundo trimestre deste ano registrou uma queda média de renda dos brasileiros de 20%, no entanto, esse número para os mais pobres foi de 28%. A partir de abril, com a implementação do auxílio, milhares de pessoas no país tiveram um aumento considerável em suas renda, sendo este o motivo para a taxa da pobreza ter caído.

De acordo com cálculos da FGV Social, os recursos financeiros desembolsados ​​durante os nove meses do benefício nas parcelas de R$ 600 e R$ 300 equivalem a nove anos de orçamento do programa Bolsa Família.



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