Economia


Igrejas ocupam mais de 600 imóveis de luxo da União e pagam apenas 2% do valor do terreno


Publicado 05 de abril de 2020 às 13:34     Por Larissa Barros     Foto Rovena Rosa / Agência Brasil

Instituições religiosas ocupam cerca de 663 imóveis da União e pagam no máximo 2% do valor do terreno. A inadimplência dos ocupantes de imóveis da União chega a quase R $ 1 bilhão no País, conforme dados do Ministério da Economia. A informação foi divulgada pelo jornal Estadão, neste domingo (05).

Segundo o levantamento feito pelo jornal, a partir de dados obtidos através da Lei de Acesso a Informação (LAI) e registros de cartórios, as entidades religiosas usam propriedades de luxo em galpões, terrenos, condomínios e residências como moradia de dirigentes.

De acordo com a reportagem, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, popularmente conhecida como mórmon, paga um imposto anual de R $ 805 à União para usar um apartamento de 273 metros quadrados na Península, região com torres de alto padrão na Barra da Tijuca , na zona oeste do Rio . Um imóvel com o tamanho semelhante no mesmo local pode ser encontrado a partir de R $ 1,9 milhão ou alugado por, no mínimo, R $ 6 mil mensais.

Já a Primeira Igreja Batista da Barra da Tijuca, usa um outro imóvel, no Jardim Oceânico, a paga aos cofres públicos uma taxa de R $ 1,4 milhão por ano pelo uso de um apartamento em uma das áreas mais valorizadas do Rio. Próxima à praia, com amplo comércio e acesso ao metrô, unidade nessa região custa pelo menos R $ 1,5 milhão ou R $ 9 milhões mensais.

Ainda segundo o levantamento, a Igreja Universal do Reino de Deus também utiliza imóveis da União localizados em condomínios de alto padrão na Grande São Paulo, como Alphaville 3 e o Tamboré 1, local onde moram empresários, artistas e atletas famosos.

De acordo com o jornal, Bolsonaro já autorização a ocupação de três imóveis por igrejas evangélicas, sendo uma sala comercial para a igreja Universal do Reino de Deus, e uma sede para a Assembleia de Deus Ministério Bethel, ambos em Vitória, capital do Espírito Santo. Além disso, houve a liberação de uma casa para a Igreja Apostólica Restauração do Povo de Deus, em Tramandaí, litoral do Rio Grande do Sul. Todas as autorizações ocorreram em 2019, primeiro de mandato do presidente.

Segundo a reportagem, o Ministério da Economia afirmou que destina os imóveis da União com base nas solicitações de pessoas físicas ou jurídicas interessadas, de forma gratuita ou onerosa, dependendo da função que será dada, como administração pública, cunho social ou fins lucrativos.

Além disso, o Ministério declarou também que não discrimina pedidos de organizações religiosas e que, atualmente, a secretaria analisa o pleito pela isenção de taxas patrimoniais.



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