Política


Programa do governo que salva emprego formal empobrece trabalhador, diz estudo


Publicado 11 de abril de 2020 às 15:01     Por Peu Moraes / AjuNews     Foto Arquivo / Agência Brasil

O programa emergencial do governo federal que prevê corte de jornada e de salário na iniciativa privada, em troca de garantia de emprego, pode levar muitos trabalhadores formais à pobreza, aponta levantamento realizado pelo economista Gabriel Ulyssea, professor associado da Universidade de Oxford, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

O professor analisou as recomposições salariais previstas no programa e concluiu que o efeito perda de renda é especialmente severo para quem ganha de três a quatro salários mínimos. Segundo ele, o programa tem o espírito correto, mas está mal desenhado porque faz a recomposição parcial do salário a partir de frações do seguro-desemprego. Mas o valor do benefício oferecido pelo governo, deveria considerar a manutenção do salário integral do trabalhador.

A regra de pagamento do seguro-desemprego prevê três faixas de cálculo, além do valor mínimo, que será sempre o piso dos salários, de R$ 1.045 neste ano. O valor máximo equivale a menos de 1,8 salário mínimo: R$ 1.813,03. A vinculação do benefício ao seguro-desemprego achata o valor final a que o trabalhador tem direito, diz o economista. Quanto mais ele ganha, menor será a renda durante o período pelo qual a empresa adotar as regras do programa.



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