Educação
Impacto de cortes de bolsas da Capes foi maior no Nordeste
O corte de bolsas para pós-graduação feito pelo governo Jair Bolsonaro, no ano passado, teve maior impacto no Nordeste. As informações foram divulgadas pela Folha de São Paulo, nesta segunda-feira (17). O jornal obteve mapa detalhado da redução das bolsas em 2019 por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
As bolsas são financiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Comandada por Abraham Weintraub, a pasta passou por bloqueios de orçamento no ano passado. As medidas provocaram redução de investimentos. Para a análise dos dados obtidos pela LAI, a Folha levou em conta apenas os benefícios dos programas institucionais.
O número absoluto de bolsas canceladas foi maior no Sudeste. Porém, proporcionalmente, a região mais afetada foi o Nordeste. No Sudeste, os cortes atingiram 2.882 bolsas —só a USP (Universidade de São Paulo) perdeu 420. Como a região concentra o maior número de programas e órgãos de pesquisa, os cancelamentos representaram 6% do total. As instituições do Nordeste, por sua vez, perderam 2.063 bolsas, o equivalente a 12% das bolsas antes vigentes. Essa região do país tem um sistema menor e mais novo de pós-graduação e pesquisa.
Segundo a publicação, os cursos mais atingidos são das áreas de engenharia, educação e medicina. Foram canceladas 7.590 bolsas para financiar pesquisas de pós-graduandos. No total, são 84,6 mil estudantes atendidos com financiamento. Do total de benefícios, 7.114 são ligados aos chamados programas institucionais da Capes, em que a concessão do recurso ocorre entre o órgão e o programa de pós-graduação.
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