Educação
MEC faz apelo a Paulo Guedes e admite não ter dinheiro para pagar Enem e bolsas de 92 mil pesquisadores
Em um documento enviado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o Ministério da Educação (MEC) admitiu que a verba destinada ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021 é insuficiente para aplicar a prova a todos os participantes e que faltará dinheiro para pagar bolsas de 92 mil cientistas, incluindo pesquisadores da covid-19, médicos residentes.
De acordo com informações do jornal Estadão, a pasta pede dinheiro para “viabilizar projetos” e fala em impactos pedagógicos “imensos”. Além disso, teria pedido o desbloqueio de R$ 2,7 bilhões e a suplementação de R$ 2,6 bilhões sob o risco de deixar sem verba “diversas demandas essenciais à área da educação”, como o Enem.
“Especificamente com relação ao Enem, a insuficiência orçamentária resultaria na inexecução dos serviços, tendo em vista a quantidade de participantes prevista para 2021”, diz trecho do ofício. O Inep estima ter 6 milhões de alunos inscritos nesta edição do Enem, além de 100 mil estudantes na aplicação da prova digital.
Segundo a publicação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao MEC e responsável pela aplicação do exame, prevê gastar R$ 794 milhões este ano. No entanto, R$ 226,7 milhões foram bloqueados, e atualmente, o orçamento total da autarquia é de R$ 1,183 bilhão.
Conforme o ofício encaminhado ao Ministério da Economia, com a falta de verba haverão prejuízos à pesquisa brasileira, com cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação que fomenta a pós-graduação no Brasil.
“Entre o total de bolsas, cabe destacar a interrupção do pagamento de 795 bolsistas vinculados a 109 projetos de combate à Covid-19, com o envolvimento de 1.280 pesquisadores”, destaca o ofício.
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