Educação


Número de alunos negros cresce 75% e de professores apenas 8% no ensino superior em quatro anos


Publicado 05 de outubro de 2020 às 09:21     Por Eduardo Costa     Foto Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O número de alunos negros no ensino superior do Brasil cresceu 75% entre 2014 e 2018, mas o de professores subiu apenas 8% no mesmo período. Segundo dados da plataforma Quero Bolsa publicados pelo UOL, eram 60.194 docentes negros no ensino superior em 2014, subindo para 65.249 em 2018. Já entre estudantes, a quantidade foi de 1,7 milhão para 3 milhões.

A porcentagem de professores pretos representa 16,4% do total. Já a de alunos é equivalente a 35,8%. O estado que somou mais professores negros foi a Bahia, com 1.591, representando 36,5% dos docentes locais. De acordo com especialistas, a diferença nas quantidades de alunos e professores negros se deve muito às políticas afirmativas dos últimos anos, como o sistema de cotas.

Além disso, outros programas como o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) reservam vagas para estudantes autodeclarados pretos, pardos ou índios, o que também facilita a crescente. Tais políticas não são recorrentes quando o assunto é o corpo docente.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018 os estudantes negros no ensino superior público passaram a ser maioria, atingindo 50,3% de matrículas. A política de cotas, por exemplo, é oficial no Brasil desde 2012.

Em 2014, os concursos públicos federais passaram a ter que reservar 20% de vagas para pessoas negras. Mas isso varia entre estados, o que gera desigualdades entre regiões no mesmo país.

Segundo o levantamento, os três estados com mais professores negros no ensino superior em porcentagem são Amapá (55,6%), Acre (41,3%) e Maranhão (42,5%) e Alagoas (38,7%). Já as menores estão concentradas no Sul e no Sudeste: São Paulo com 6,3%, Santa Catarina com 2,9%, e Rio Grande do Sul com 2,8%.

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