Educação


Problema financeiro é maior barreira para universitários negros no Brasil, revela estudo


Publicado 09 de agosto de 2020 às 12:00     Por Roberta Cesar     Foto Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Um levantamento revelou que o maior obstáculo para estudantes negros brasileiros no ensino superior é o dinheiro. Os dados fazem parte do relatório “Raça, gênero e saúde mental”, feito pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). De acordo com a pesquisa, 37% dos homens pretos e pardos e 36% das mulheres pretas e pardas deixam a universidade por causa de problemas financeiros.

A pesquisa utilizou dados de 2018 e foi realizada com 124 mil estudantes de 65 instituições federais de ensino superior no Brasil. Segundo o levantamento, em 2018, 58% dos alunos pretos e pardos das universidades federais tinham uma renda familiar de até 1,5 salário mínimo. Entre os brancos, este percentual era de 36,5%.

Uma outra questão que afeta os estudantes é o fator emocional: 24% das mulheres pretas e pardas relatam que, depois da dificuldade financeira, é esse motivo que acaba atrapalhando o desempenho delas. Já entre as brancas, essa taxa é de 29%, o que torna este o maior motivo para desistência das alunas. Entre os homens o tema não foi citado. A falta de disciplina é o maior problema, para 31% dos homens brancos.

Ainda segundo o estudo, a maioria dos alunos nunca procurou serviço psicológico ou psiquiátrico. Quem mais procurou o tratamento foram as mulheres brancas (41%). Apenas 21% dos homens negros buscaram o serviço. Já em relação à assistência estudantil, somente 9,4% dos estudantes recebem algum tipo de bolsa permanência.



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