Política


Cidade no Rio Grande do Sul onde um voto é preciso para ser eleito pode não ter eleição em 2020, diz jornal


Publicado 22 de outubro de 2020 às 11:22     Por Eduardo Costa     Foto Fábio Pozzebom/Agência Brasil

Uma cidade no Rio Grande do Sul onde um único voto basta para ser eleito vereador ou prefeito pode não ter eleição em 2020. Em Inhacorá, o Ministério Público Eleitoral (MPE) alega que um acordo foi feito entre os partidos para que uma única chapa fosse lançada para prefeito e apenas nove candidatos a vereador às nove vagas da Câmara Municipal. A informação é do jornal O Globo.

Com este acordo, que foi feito entre sete partidos e reelegeria todos os vereadores, seria a primeira eleição em 28 anos sem concorrência em Inhorá. Há suspeitas, segundo o MPE, de assinaturas falsas e atas redigidas por uma mesma pessoa.

Todas as convenções teriam acontecido na tarde do dia 10 de setembro de 2020, sempre na Câmara de Vereadores, com uma hora de intervalo entre cada (sendo duas até no mesmo horário). Os documentos indicam que cinco meses antes das convenções, a Justiça Eleitoral já havia sido consultada sobre o possível acordo.

De acordo com a procuradora responsável, Dinamárcia Maciel de Oliveira, “nos primeiros depoimentos que colhemos, vieram informações de pessoas que não haviam ido na convenção e que não sabiam que o nome estava na lista”. Há a configuração na cidade, mesmo sem um estabelecimento forma da mesma.

“Estou na função de acompanhar as eleições municipais desde 2000, analisando esses casos, é uma barbaridade, eu nunca vi isso. É algo inusitado. No início, é difícil acreditar que vai acontecer. É um ineditismo com audácia que, com anos de profissão, não havia visto”, disse Dinamárcia.

O MPE pede o indeferimento das candidaturas, que serão julgadas nos próximos dias. Caso isso seja confirmado, a cidade não terá eleições dia 15 de novembro por não ter candidatos aptos. Assim, uma eleição suplementar aconteceria sem data definida.



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